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Morre o líder Idjarruri Karajá

Coiab-Manaus-AM
19 de Jul de 2004

Morreu na madrugada do dia domingo, 18 de julho de 2004, no Hospital Comunitário da cidade de Palmas, Estado de Tocantins, o líder indígena Idjarruri Karajá, após intervenção cirúrgica que tentava corrigir complicações decorrentes da insuficiência renal que sofria há algum tempo. A morte do líder foi confirmada às 3:45 hs do dia domingo, depois de ter passado por coma induzida e sofrido parada cardíaca.
Idjarruri, militante do movimento indígena desde os 17 anos de idade, fez parte do movimento de estudantes indígenas atuante em Brasília, no início dos anos 80; integrou a mobilização indígena, junto a Ailton Krenak, e outros tantos líderes de diferentes povos indígenas do Brasil, durante o período da Assembléia Nacional Constituinte, que garantiu a inclusão dos direitos indígenas na Constituição Federal proclamada em outubro de 1988. Teve ainda participação direta no processo da Rio 92 e em eventos nacionais e internacionais que tratavam da situação, proteção e regulamentação dos direitos dos povos indígenas.
A sua luta pela vigência dos direitos indígenas teve ainda como máxima expressão a desocupação pacífica, sem derramar uma gota de sangue, da Ilha do Bananal, que ele promovera junto com a Funai e o Incra, no ano de 1995. Mais de 5 mil posseiros saíram da terra indígena e foram reassentados em outra área.
Nos últimos anos, Idjarruri estava empenhado no fortalecimento organizacional de seu povo, na articulação do movimento indígena na Amazônia Oriental, e na coordenação do Grupo de Referência (GR) do Projetos Demonstrativos dos Povos Indígenas (PDPI), no estado de Tocantins. O líder apostava desde estas instâncias na consolidação do movimento indígena articulado pela Coiab e no fortalecimento do movimento indígena nacional.
A morte de Idjarruri Karajá, para o coordenador geral da Coiab, Jecinaldo Barbosa Cabral, significou "uma grande perda para o movimento indígena, de um líder que se doou incondicionalmente, sem medir esforços, à causa dos povos indígenas. Ele se foi, mas o seu exemplo seguirá inspirando à nova geração de líderes da qual faço parte. Ele iniciou uma luta que nós devemos continuar, como ele, com muita coerência, sem perder de vista os objetivos do movimento indígena", conclui Jecinaldo.

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