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Moradores denunciam condições sub-humanas de indígenas e prefeitura anuncia solução

Banda B (PR) - http://www.bandab.com.br
Autor: Felipe Ribeiro
06 de Jan de 2015

Moradores da região central de Curitiba vem denunciando há alguns dias as condições sub-humanas pela qual indígenas estão vivendo embaixo do Viaduto do Capanema, nas proximidades da rodoviária da capital. Segundo denúncia que chegou até a Banda B nesta terça-feira (6), crianças diariamente pedem esmola no cruzamento da Avenida Presidente Affonso Camargo com a Rua Ubaldino do Amaral, o que leva ainda a riscos de acidentes nas movimentadas vias. A prefeitura da capital, por sua vez, anunciou também nesta terça a construção de uma casa de passagem para receber todos aqueles que não possuem um lugar adequado para morar.

Em entrevista à Banda B, o contador Rogério Spinardi disse que os indígenas estão abandonados no local e produzem muito lixo, o que acaba afetando outras pessoas. "A maneira pela qual eles estão vivendo é desumana. Eles vivem apenas com o artesanato e colocam as crianças para pedir esmola, isso sem recurso algum", comentou.

Segundo um dos moradores do local, identificado como Ângelo, a maioria dos indígenas veio de uma aldeia de Nova Laranjeiras, na região centro-sul do Paraná, e o motivo apontado é a melhoria na qualidade de vida. "Aqui é o único local que conseguimos vender o nosso artesanato. Quando terminamos, vamos embora, mas é muito tranquilo morar aqui", garantiu.

Uma equipe da Secretaria Municipal de Saúde já atende os indígenas no local e trata principalmente das adolescentes grávidas. Equipes da Fundação de Ação Social (FAS) também fornecem alimento e abrigo quando necessário.

Casa de passagem

Por meio do site oficial, a Prefeitura de Curitiba anunciou a abertura emergencial de uma casa de passagem para indígenas que se encontram em situação de rua em Curitiba. O imóvel será cedido pela administração municipal e o serviço, coordenado pela Fundação Nacional do Índio (Funai). O governo do Estado se responsabilizará pelo fornecimento de mobília, utensílios domésticos e manutenção predial. A medida foi tomada após reunião com o Ministério Público do Paraná.

A unidade terá capacidade para abrigar até 70 pessoas e funcionará nesses moldes durante dois meses, quando novas medidas deverão ser tomadas pelos órgãos envolvidos. A FAS também fará a supervisão técnica do serviço e permanecerá fornecendo no período passagens de ônibus para os indígenas que desejarem retornar a seus municípios de origem.

"A prioridade desta casa será dar proteção à criança e ao adolescente indígena. Por isso ela será destinada apenas a indígenas que estão na cidade para comercialização de artesanato", disse a presidente da FAS, Marcia Oleskovicz Fruet.

Durante a reunião, também foi acordada a criação de uma campanha de incentivo à fiscalização do trabalho infantil por qualquer cidadão e à compra responsável dos artesanatos indígenas. "Pedimos à população que não dê esmola a criança nenhuma e que compre artesanato somente de adultos. Não podemos expor as crianças ao risco, à mendicância e ao trabalho infantil", completou Marcia.

Outras medidas

Na reunião, foi definido ainda que o governo do Estado fará o diálogo com os municípios de origem dos indígenas para buscar reduzir o movimento migratório descontrolado. Conforme prevê o Sistema Único de Assistência Social (SUAS), o Estado deve se responsabilizar pela instalação de Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) indígenas nas aldeias de origem e propiciar meios de comercialização das peças de artesanato a partir das aldeias, minimizando a necessidade de fluxo migratório. Sem essas ações, que não são realizadas hoje, o esforço na capital poderá ser inócuo.

Ao longo de 2014, a Prefeitura de Curitiba custeou cerca de 200 passagens de ônibus para o retorno de indígenas, principalmente para as cidades de Nova Laranjeiras, Laranjeiras do Sul e Guarapuava, totalizando um investimento próprio de mais de R$ 12 mil.

Como ajudar

Quem quiser ajudar os indígenas que se encontram em situação de rua em Curitiba pode fazer doações por meio do Disque Solidariedade, ligando para a Central 156; diretamente na Coordenadoria Regional da Funai em Curitiba (Rua Desembargador Clotário Portugal, 222, São Francisco) ou adquirindo peças de artesanato, desde que das mãos de adultos.

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