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Monitoramento e multas reduzem desmatamento

O Globo, Ciência, p. 38
10 de Mai de 2013

Monitoramento e multas reduzem desmatamento
Estratégia de usar imagens de satélite para alertar fiscalização deu bons resultados e evitou o corte de quase 60 mil quilômetros quadrados de floresta entre 2007 e 2011

Cesar Baima

RIO - A união entre o monitoramento feito do espaço e a fiscalização em terra conseguiu reduzir em mais da metade o desmatamento na Amazônia entre 2007 e 2011. A conclusão é de um estudo do Núcleo de Avaliação de Políticas Climáticas da PUC-Rio (NAPC) em parceria com a organização Climate Policy Initiative (CPI) divulgado nesta quinta-feira. De acordo com o levantamento, a estratégia evitou que 59,5 mil quilômetros quadrados de floresta fossem cortados, contra 41,5 mil que efetivamente foram postos abaixo no período.
A estimativa de preservação teve como base os efeitos da implementação, em 2004, do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter) pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) para alertar e guiar as operações do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) na Amazônia. Segundo Juliano Assunção, um dos autores do estudo e professor da PUC-Rio, até então o Ibama dependia de denúncias, em geral anônimas, para combater o desmatamento na região.
- Era um sistema reativo - explica. - Com o monitoramento via satélite, no entanto, o Ibama passou a poder se antecipar ou controlar quase em tempo real o desmatamento. Isso permitiu ao Ibama pegar os desmatadores praticamente no ato, o que aumentou sua capacidade de punição com a apreensão dos equipamentos usados, embargos no uso das áreas desmatadas e aplicação de multas.
Também autora do estudo e pesquisadora do NAPC, Clarissa Gandour destaca ainda que a estratégia se mostrou extremamente vantajosa na relação custo-benefício quando levadas em conta as emissões de CO2 que evitou no período 2007-2011, de cerca de 900 milhões de toneladas. Mesmo calculando que todo os orçamentos do Inpe e do Ibama fossem voltados apenas para o combate ao desmatamento na Amazônia, ela resultou em um preço de US$ 0,76 para cada tonelada de CO2, contra os US$ 5 praticados nos mercados de carbono dos EUA. Além disso, os pesquisadores não encontraram efeitos negativos do menor desmatamento na produção agropecuária da região.
- Tudo isso reforça ainda mais a noção de que a floresta vale mais em pé - diz. - A estratégia combinou um resultado bom na preservação sem onerar a atividade econômica.

O Globo, 10/05/2013, Ciência, p. 38

http://oglobo.globo.com/ciencia/monitoramento-fiscalizacao-reduziram-em…

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