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MMA precisa de R$ 2,3 bi para desenvolver setor florestal

Tribuna de Imprensa-Rio de Janeiro-RJ
27 de Ago de 2003

O Ministério do Meio Ambiente (MMA) calcula que são necessários investimentos da ordem de R$ 2,3 bilhões até 2007 para desenvolver o setor florestal brasileiro, incluindo florestas nativas e plantadas. Esse cálculo é do Programa Nacional de Florestas do MMA e está sendo negociado no Plano Plurianual do Governo Federal (PPA) pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que participou ontem do 8o Congresso Florestal Brasileiro, que acontece até amanhã, em São Paulo.

Esses recursos serão destinados, segundo a ministra, na expansão da base florestal plantada, incorporando os pequenos produtores e a geração de empregos, e na recuperação de áreas degradadas e expansão das áreas de manejo, sobretudo na Caatinga, Amazônia e Cerrado.

"Pretendemos ter maior eficiência também no combate à exploração ilegal de florestas, com ações de fiscalização, mas também dando apoio para quem está na vanguarda em termos de produção sustentável", disse.

A intenção do governo, conforme Marina, é superar os principais obstáculos ao crescimento do setor, garantindo o desenvolvimento sustentável. "Embora o País tenha uma aptidão natural para ser uma potência mundial no setor florestal, há falta de fomento na área e déficit de abastecimento de florestas plantadas. Atualmente estamos importando madeira da Argentina, do Chile e do Uruguai", disse a Ministra.

Resgate
A novidade do Plano Nacional de Florestas (PNA), segundo o diretor adjunto Tasso de Azevedo, é garantir os investimentos no PPA para um setor que nunca teve importância significativa em termos de investimentos governamentais. "O orçamento médio para florestas é da ordem de R$ 20 milhões por ano. No entanto, papel e celulose e madeira e móveis foram considerados como duas das seis cadeias produtivas prioritárias do governo", disse Azevedo.

Com os investimentos previstos no PNA, o Ministério calcula a inclusão de 200 mil pessoas na área de florestas plantadas, além de 120 mil famílias na área de florestas nativas, em atividades madeireiras e não madeireiras. "O programa de crédito tem como base garantir também o reflorestamento. Para cada quatro hectares de plantio comercial, deverá haver um hectare de recuperação de área degradada. A previsão é recuperar 50 mil hectare/ano em todo o Brasil", acredita Azevedo.

As áreas consideradas prioritárias para esse tipo de investimento são a região sul, de Mata Atlântica e o Arco do Desmatamento, onde se pretende recuperar 2,5 mil quilômetros de mata ciliar por ano.

O programa inclui também o treinamento, ainda este ano, de 1.100 técnicos do Incra para dar assistência técnica aos assentados. Além disso, Marina Silva anunciou uma parceria com o Ministério da Educação para a criação de cursos de ensino médio na área florestal.

"Todo esse processo não será implantado apenas pelo MMA. O Plano Nacional de Florestas terá um conselho coordenador, que será publicado amanhã (hoje) no "Diário Oficial", com representantes das setes cadeiras de produção florestal, nove ministérios, estados, movimento sociais e organizações não-governamentais", informou.

Um indicador da importância que o setor deve ganhar no MMA, é a ida do presidente da Sociedade Brasileira de Silvicultura, Nelson Barboza Leite, para a gerência de Recuperação, Reflorestamento e Áreas Degradadas do Ministério.

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