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Ministros pedem acordo em Nagoya

OESP, Vida, p. A27
28 de Out de 2010

Ministros pedem acordo em Nagoya
Convenção sobre Diversidade Biológica realizada no Japão se aproxima do final com votos de entendimento entre países ricos e pobres

Herton Escobar

A 10.ª Conferência das Partes (COP-10) da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) se aproxima do último dia de negociações com votos de comprometimento e flexibilidade por parte dos países para chegar a um resultado positivo. Tanto dos mais ricos quanto dos mais pobres.
A definição do que representa um "resultado positivo" certamente varia de acordo com os interesses de cada país. Mas praticamente todos os ministros que discursaram ontem na abertura do "segmento ministerial" da conferência disseram que é preciso evitar um fracasso a qualquer custo. Se não pelo bem da biodiversidade, então pelo bem das negociações sobre mudança climática marcadas para dezembro em Cancún, no México.
"Não podemos fracassar de maneira nenhuma em Nagoya. Não podemos mandar mais uma mensagem negativa para Cancún", disse Jo Leinen, representante do Comitê de Meio Ambiente do Parlamento Europeu. "Talvez não seja tudo o que queremos, mas tem de ser muita coisa. O que não podemos é sair daqui sem nada para mostrar."
Os pontos críticos da negociação continuam sendo metas globais de áreas protegidas para 2020, mobilização de recursos financeiros e finalização de um protocolo internacional sobre acesso e repartição de benefícios (ABS) oriundos da exploração de recursos genéticos da biodiversidade.
"Precisamos evitar reuniões intermináveis, que só servem para evitar soluções", discursou a ministra do Meio Ambiente do Brasil, Izabella Teixeira. "Se ficarmos esperando pelo acordo perfeito, isso apenas sinalizará que não queremos pacto nenhum." Ela cobrou mais flexibilidade dos países na negociação - especialmente em relação ao protocolo de ABS. "Não temos o direito de desperdiçar mais uma oportunidade."
Vários países desenvolvidos ressaltaram que o protocolo deve ser "transparente e previsível", de forma a não criar incertezas jurídicas ou burocracias excessivas que possam penalizar as pesquisas e o desenvolvimento de novas tecnologias com base na biodiversidade.

Japão anuncia R$ 3,4 bilhões para conservação

O Japão, país anfitrião da COP-10, anunciou ontem um compromisso de investir US$ 2 bilhões (R$ 3,4 bilhões) em projetos internacionais de conservação da biodiversidade nos próximos três anos.
O anúncio ajuda a atender a uma das principais demandas dos países em desenvolvimento, que é a garantia de recursos para a implementação das novas metas da CDB que estão sendo discutidas para 2020.
Mas o valor está longe de ser suficiente. Só o custo de implementação das unidades de conservação no Brasil, por exemplo, é estimado em US$ 1 bilhão (R$ 1,7 bilhão).

OESP, 28/10/2010, Vida, p. A27

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20101028/not_imp630907,0.php

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20101028/not_imp630908,0.php

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