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Ministro do Meio Ambiente visita área do Rio Arapiuns onde PF apreendeu 131 mil m³ de madeira

G1 - https://g1.globo.com/pa/santarem-regiao/noticia
31 de Mar de 2021

Ministro do Meio Ambiente visita área do Rio Arapiuns onde PF apreendeu 131 mil m³ de madeira
Amostras de árvore foram retiradas para exame que vai apontar se as toras apreendidas foram retiradas da mesma área.

Por Sílvia Vieira, G1 Santarém - PA
31/03/2021

Ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles visitou nesta quarta-feira (31) a região Cachoeira do Aruã, no Rio Arapiuns, em Santarém, oeste do Pará, onde a Polícia Federal (PF) apreendeu 130 mil m³ de madeira em dezembro de 2020. No local, o ministro acompanhou a coleta de amostras de tora de madeira apreendida e da base de uma árvore serrada, que serão submetidas a exame de DNA.

De acordo com Salles, há indícios de que a madeira foi extraída de forma ilegal na região do Arapiuns. Mas caso os donos do carregamento consigam comprovar a origem e as devidas autorizações para extração, o produto será liberado. Do contrário, a madeira segue apreendida e as investigações que resultaram na deflagração da Operação Handroanthus GLO, da Polícia Federal, terão continuidade.

Salles contou que a equipe do Ministério, assim como as equipes do Ibama e da Polícia Federal foram recebidas em Cachoeira do Aruã - onde foi feita a apreensão de madeira no ano passado -, pelos proprietários dos lotes de madeira apreendidos, e eles apresentaram os seus argumentos sobre a extração de produto florestal na região.

"Nós escolhemos um lote das madeiras apreendidas, identificamos um tora aleatoriamente com etiqueta e fomos vários quilômetros para dentro da floresta, para verificar se realmente aquela tora tinha sido retirada do ponto georreferenciado que consta do sistema. Depois de andar um bom tempo no meio da floresta, encontramos a base, o toco que ficou no local para comprar o DNA e confirmar se de fato aquela tora corresponde ao que consta no sistema. Ao que tudo indica realmente corresponde, o que dá uma presunção de que há uma conexão da origem do lote com os documentos que estão ali relacionados", explicou Salles.

Segundo o ministro, na próxima semana haverá uma nova reunião com mais uma equipe da Polícia Federal, do ministério do Meio Ambiente e os proprietários dos lotes para que eles apresentem todos os documentos que a PF está exigindo.

"Em havendo documentação e dados para tudo isso, a tendência é que haja a liberação daquilo que for comprovado estar legal. E o que não comprovar estar legal, continuará apreendido", disse Salles.

Na região do Arapiuns há vários pontos de manejo florestal. Sales teve oportunidade de ver rapidamente alguns deles e considerou que a floresta está bem preservada e defendeu que haja condições adequadas para o setor produtivo.

"Está comprovado que o trabalho de manejo florestal quando feito adequadamente é um instrumento positivo de conservação da floresta, de geração de recursos para a região e de empregos importantes. É um setor produtivo que deve ser prestigiado e ter as condições de realizar a sua tarefa adequadamente", destacou Salles.
Investigações e monitoramento
As investigações iniciaram após a retenção de uma balsa que ficou encalhada no Rio Mamuru, da divisa entre os estados do Pará e Amazonas, região do município amazonense de Parintins. A balsa transportava aproximadamente 2.700 m³ de madeiras nativas do bioma amazônico.

Segundo a Polícia federal, a carga havia sido declarada como sendo originária do município de Juruti, oeste do Pará, e estava sendo escoada por rios amazônicos.

Foi verificado pela PF que as espécies florestais da carga de madeira não correspondiam às informações declaradas nas Guias Florestais (GFs). Diante das divergências, as guias não tinham validade para a legislação que disciplina o transporte de produto florestal.

Após a retenção dessa balsa, a Polícia Federal conseguiu conter mais 10 balsas e quatro empurradores que trafegavam pelo mesmo rio, com mais de 7.300 m³. A partir daí as investigações iniciaram e acabaram levando às coordenadas geográficas com mais de 131 mil metros cúbicos de toras no Rio Arapiuns.

Nos meses de novembro e dezembro, foram apreendidos por volta de 141 mil m³ de madeira em tora e 608 m³ de madeira serrada entre os estados do Pará e Amazonas. O valor médio do metro cúbico é de R$ 388,10, estimando um total de R$ 55 milhões em madeiras apreendidas.

A Polícia Federal vem monitorando a região amazônica por meio de imagens de satélite, capazes de identificar as áreas de exploração, assim como os locais de embarque e desembarque das cargas. Além disso, são realizados sobrevoos para apontar as coordenadas geográficas exatas das madeiras extraídas ilegalmente.

Árvore cobiçada
A Operação foi batizada de Handroanthus GLO por ser o nome científico do Ipê, a árvore mais cobiçada por organizações criminosas na Amazônia.

Nas apreensões feitas pela PF, grande parte da madeira é da espécie Ipê. Também há toras de massaranduba, madeira muito usada na carpintaria.

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