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Ministro afirma que governo Lula não vai prejudicar indígenas

CIR-Boa Vista-RR
14 de Jun de 2003

A afirmação pode ser óbvia, mas encheu de esperança os povos indígenas da terra Raposa Serra do Sol que receberam o ministro Justiça, Márcio Thomaz Bastos, na aldeia Maturuca, no dia 11 de junho. Diante de aproximadamente três mil índios, ele referiu-se à homologação anunciando que "vai haver uma solução rápida e essa solução não vai contrariar os interesses dos indígenas".

Os aplausos e a euforia fizeram estremecer o local da reunião, os corações e as mentes, mas ainda não foi o grito final da luta pela terra, nem tampouco, o pagamento da dívida histórica que o Brasil tem com os índios do externo do estado de Roraima. O tempo que falta para a canetada do presidente Lula da Silva poderá ser curto para o Ministro, mas uma eterna e aflita espera para os índios da região.

Alguns antecedentes não ajudam na hora da reflexão. A última visita de um Ministro da Justiça à Raposa Serra do Sol - já foram quatro no total - resultou na edição do despacho 080/96, assinada por Nelson Jobim, que excluiu da terra indígena cinco vilarejos, estradas e fazendas tituladas. Soma-se ao despacho, o decreto 1775/96 que, supostamente, com base no direito ao contraditório, retardaria a demarcação de terras em todo o Brasil.

A esperança ainda é mais forte que o medo, apesar estarem colocados à mesa de negociação, interesses de poderosos grupos econômicos, incluindo mineradoras, latifundiários, rizicultores, pecuaristas e setores retrógrados das Forças Armadas. A esperança, de fato, é que o presidente não ceda à chantagem dos novos colonizadores de um Brasil, após 500 anos.

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