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Ministra Marina sugere que prefeituras atuem em "consórcio"

Página 20- Rio Branco-AC
13 de Fev de 2003

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, sugeriu ontem aos prefeitos dos municípios do Vale do Acre que formem uma espécie de consórcio para apresentar ao governo federal projetos comuns para a sua região. Segundo a ministra, essa forma de apresentação dos projetos é mais viável economicamente, trazendo maiores dividendos sociais para a população desses municípios.

A sugestão da ministra Marina Silva foi feita durante a visita de cortesia que seis prefeitos do Vale do Acre lhe fizeram ontem pela manhã em seu gabinete, tanto para desejar-lhe boa sorte no Ministério quanto para manifestarem o desejo de poderem contar com o seu apoio para a execução de ações e projetos de desenvolvimento sustentáveis em sua área e em outras áreas do governo federal. A visita dos prefeitos à ministra foi organizada pelo deputado federal petista Zico Bronzeado, que pediu a Marina Silva atenção especial para os problemas sociais e econômicos enfrentados pelos prefeitos do Vale do Acre, sua região de origem.

Segundo informou o prefeito de Assis Brasil, Manoel Batista, a ministra do Meio Ambiente deu boas vindas aos prefeitos e informou que seu Ministério ainda não definiu os cortes que deverá fazer para contribuir com o esforço de contenção financeira do governo, além dos recursos que sobrarão para investir em projetos sustentáveis nos municípios.

"A nossa ministra nos colocou sua total disposição de ajudar a todos os municípios acreanos", disse Manoel Batista, que está participando na capital federal com os prefeitos de Brasiléia, José Alvanir; de Xapuri, Júlio Barbosa; Epitaciolância, Sebastião Flores; de Capixaba, prefeito Serraria; e de Plácido de Castro, Francisco Tavares, do encontro de prefeitos do PT e de partidos aliados para tomar conhecimento dos programas sociais do governo Lula, particularmente o do Fome Zero.

No geral, os seis prefeitos consideraram o contingenciamento de R$ 14 bilhões imposto pelo governo Lula como necessário para frear a expectativa de que o país dispõe de muito dinheiro para investir neste primeiro ano do governo.

O prefeito de Brasiléia, José Alvanir, eleito recentemente o novo presidente da Frente de Prefeitos do Acre (FPA), que reúne os prefeitos da Frente Popular do estado, considerou o contingenciamento "muito mais um jogo de marketing" arquitetado pelo marqueteiro do presidente, Duda Mendonça.

"O governo faz isso, claro, para reduzir a expectativa criada no país de que haverá muitos recursos, mas a gente sabe que, afinal, sobrará recursos para investir nos municípios. É lógico que não existem recursos suficientes para atender a todos, a curto prazo. Por isso, o governo adotou essa estratégia para amenizar a grande expectativa que estava se formando em relação à disponibilidade de verbas", completou Alvanir.

O prefeito Serraria, de Capixaba, ressaltou que todo início de governo é comum haver uma freada na disponibilidade de recursos na capital federal. "O atual governo federal está recebendo o país com extremas dificuldades e é natural que ele contingencie as verbas de alguns ministérios para frear a expectativa de que os recursos serão abundantes. Quem achava que o Lula iria resolver todos os problemas do país, pensou errado, por na realidade não é bem assim", disse Serraria.

O prefeito de Assis Brasil, Manoel Batista, disse à ministra Marina Silva que a expectativa de sua ajuda aos municípios do Acre é muito grande, particularmente nos programas sociais destinados a beneficiar a população que vive abaixo da linha de pobreza. Manoel Batista explicou que hoje apenas 50% das 500 famílias de seu município que se cadastraram para o programa de bolsa financeira são atendidas.

"A miséria e a pobreza estão chegando até em municípios como o meu, situada em regiões distantes da capital. A chegada da pobreza em município como o meu se revela algo assustador. Por isso, precisamos continuar contando como o apoio do governo do estado e do governo federal para reduzir o número de famílias que depende de algum tipo de bolsa para viver", completou o prefeito Manoel Batista.

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