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Ministra do Meio Ambiente esteve em Cruzeiro do Sul e anunciou a abertura oficial do PNSD para visitação pública

Página 20-Rio Branco-AC
Autor: Marina Silva, César Messias e Miguel Scarcello
30 de Jun de 2004

A abertura do Parque Nacional da Serra do Divisor vai significar ao mesmo tempo a preservação de uma das regiões mais lindas do Planeta e a geração de emprego e renda através do turismo para a região do Juruá. Essa foi a tônica dos discursos e declarações dadas durante o evento que reuniu autoridades e representantes da sociedade civil, ontem, no Teatro dos Nauas, em Cruzeiro do Sul.
Logo ao chegar, a Ministra Marina Silva declarou que "o plano de uso público do parque nacional irá definir as diretrizes de utilização sustentável de seus recursos através das atividades que são permitidas como a pesquisa científica e o ecoturismo".

A maioria dos prefeitos da região que abrange o parque esteve presente - Cesar Messias, de Cruzeiro do Sul, Luis Helosman, de Mâncio Lima, Itamar de Sá, de Marechal Taumaturgo, e Deda, de Rodrigues Alves, além do deputado federal Henrique Afonso.

Mas quem arrancou aplausos da platéia foi o prefeito César Messias que admitiu que "até por falta de informação nós eramos contra o Parque pois entendíamos que isso iria significar o engessamento da economia local. Hoje, pelo contrário, entendo que o Parque será um grande negócio para Cruzeiro do Sul e os municípios da região", disse o prefeito.

Famosa por seus discursos inspirados, Marina Silva conseguiu, por meio da parábola bíblica do Bom Jardineiro, exemplificar o significado da adesão do prefeito César Messias à causa ambiental :"Para uma obra tão grandiosa como esta, precisamos de pioneiros como Miguel Scarcelo (da SOS Amazônia), mas também de pessoas que vem chegando depois, para dar continuidade, e todos tem igual valor". Marina contou também a história da criação do Parque Nacional do Ibitipoca em Minas Gerais fruto do trabalho obstinado de um soldado que chegou a ser preso por suas convicções ambientalistas. Marina sabe na pele como é difícil defender as causas ambientais e como leva tempo para que o conjunto da sociedade entenda a importância do meio ambiente para a sustentabilidade da vida no planeta.

O deputado federal, Henrique Afonso (PT-AC), esteve o tempo todo ao lado da Ministra Marina Silva e do prefeito César Messias. O parlamentar do Juruá aproveitou a oportunidade para falar sobre a Universidade da Floresta, uma forma de trazer a pesquisa e a produção de conhecimento para a população da região. O deputado anunciou para o início de julho a assinatura do convênio com os Ministérios da Educação e Ciência e Tecnologia com o Governo do Estado do Acre para a criação do Centro de Tecnologias no Juruá. Quanto á criação de novos cursos, Henrique disse depender da UFAC: "Não posso mandar na UFAC, mas estamos fazendo o possível para que novos cursos sejam implantados ainda este ano em Cruzeiro do Sul, o que depende do governo estadual já está sendo feito".

Miguel Scarcelo que foi lembrado inúmeras vezes nos discursos, inclusive pela ministra Marina Silva, como um dos pioneiros para a implantação efetiva do Parque Nacional da Serra do Divisor, lembrou que a SOS Amazônia atua no parque desde 1994. Ao ser perguntado sobre o futuro da parceria com o Ibama, Miguel diz que espera uma definição por parte do órgão federal para saber qual será o papel da ONG nesta nova fase.

Para finalizar, o prefeito César Messias, entregou à Ministra Marina Silva um projeto para criar uma unidade municipal de conservação ambiental numa área de 34 hectares de floresta que ainda existem na área urbana do município de Cruzeiro do Sul. As afirmações do prefeito César Messias, durante a solenidade, foram muito bem recebidas pela Ministra que qualificou de "presente" as afirmações do prefeito, e lembrou o tempo em que ambos "arengavam" na ALEAC em virtude das divergências na questão ambiental.

O fato é que no ano do seu Centenário as ações que envolvem a abertura do PNSD à população é um verdadeiro presente para Cruzeiro do Sul, a capital regional do Juruá. Principalmente porque alguns políticos da região que não acreditavam nos benefícios gerados pela iniciativa ambientalista se renderam as perspectivas de uma nova frente de desenvolvimento sutentável no Juruá.
(Marina Silva, César Messias e Miguel Scarcello-Página 20-Rio Branco-AC-30/06/04)

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