CB, Economia, p. 11
28 de Jul de 2004
Ministério retoma ampliação
O Ministério de Minas e Energia (MME) retomou o projeto de ampliação do Gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol), abandonado ainda no governo Fernando Henrique Cardoso. Segundo a ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, o País vai necessitar da importação adicional de 4 milhões de metros cúbicos por dia, para abastecer a demanda reprimida da região Nordeste. O investimento, não divulgado, será feito pela Petrobras.
Dilma informou que o governo já trabalha com a necessidade de ampliação da oferta de gás no mercado nordestino quando o Gasoduto Sudeste-Nordeste (Gasene), que vai ligar as malhas de gasoduto das duas regiões, entrar em operação, prevista para o final de 2006. Como o gás natural da Bacia de Santos só vai começar a ser produzido em 2009, a alternativa para atender a demanda será o aumento das importações da Bolívia. A ampliação do Gasbol é inexorável, afirmou a ministra.
Atualmente, o duto tem capacidade para transportar 30 milhões de metros cúbicos por dia, mas o País importa diariamente apenas cerca de 24 milhões de metros cúbicos. Para garantir o funcionamento de todas as térmicas nordestinas, é necessário ampliar o fornecimento da região para quase 10 milhões de metros cúbicos por dia. No final do ano passado, as usinas ficaram impossibilitadas de operar simultaneamente por falta de combustível. Para a região Sudeste, serão necessários mais 29 milhões de metros cúbicos se for preciso acionar as térmicas todas de uma vez.
Na gaveta
Há dois anos, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) engavetou um projeto bem mais ambicioso de expansão do Gasbol. O investimento, que seria feito também por empresas privadas interessadas em entrar no mercado brasileiro de gás, elevaria a capacidade de transporte do duto para 51 milhões de metros cúbicos por dia. O projeto foi suspenso, porém, devido à revisão das expectativas sobre o consumo brasileiro do combustível, naquela época em baixa por conta do fracasso do programa de térmicas e da retração econômica.
Agora, o governo pretende incentivar o uso do gás entre consumidores industriais, criando um mercado secundário para o produto contratado pelas usinas termelétricas.
CB, 28/07/2004, Economia, p.11
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