Ministério Público pede a retirada dos fazendeiros o mais rápido possível

O Ministério Público Federal entrou com uma ação na Justiça Federal, que deve ser apreciada ainda esta semana, pedindo a execução da sentença que garantiu a posse da terra de Marãiwatsede para a etnia indígena dos Xavantes. Sendo aceito o pedido do MP cerca de 7 mil pessoas terão de desocupar a área da Suiá Missu, de aproximadamente 150 mil hectares, entre eles o distrito de Estrela do Araguaia, que consta com cerca de três mil habitantes.

O advogado das famílias da região, Luiz Alfredo, disse que já esperava por essas atitudes e que o risco de desocupação infelizmente era real, uma vez que já aconteceram duas derrotas dos fazendeiros e posseiros mas destacou que isso não vai acontecer do dia para a noite, pois é preciso oferecer uma nova área dos fazendeiros ou indenizá-los, sem esquecer que existe milhares de crianças frequentando a escola e que não podem apenas retirá-las das salas de aula, é preciso todo um projeto que pode levar anos para ser executado.

Mesmo com os indícios de uma desocupação o advogado mantem o otimismo e acredita numa virada judicial uma vez que cabe recurso em instância superior e o governo do estado está ao lado dos produtores oferendo inclusive uma nova área aos índios, ainda maior que a Suiá Missu.

A terra de Marãiwatsede tem 165 mil hectares (1,5 mil km2) e fica entre os municípios de Alto Boa Vista, Bom Jesus do Araguaia e São Félix do Araguaia, na Amazônia Legal de Mato Grosso. A região .

O procurador da Funai em Mato Grosso, César Augusto Lima do Nascimento, lembra que ao longo da disputa judicial, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) chegou a disponibilizar lotes para que os posseiros, fazendeiros e grileiros pudessem se mudar e manter as atividades agropecuárias, mas eles se recusaram a desocupar a área.

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