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Ministério do Meio Ambiente cria moratória de seis meses em MT

FSP, Ciência, p. A12
08 de Jul de 2005

Ministério do Meio Ambiente cria moratória de seis meses em MT
Ação pode se estender a Pará e Rondônia

Hudson Corrêa

O interventor do Ibama em Mato Grosso, Elielson Ayres de Souza, disse ontem que o Ministério do Meio Ambiente decidiu proibir por seis meses o desmatamento no Estado, que foi o responsável por quase 50% da área de cerca de 26 mil quilômetros quadrados (o equivalente ao tamanho de Alagoas) devastada na Amazônia no período 2003-2004.
Souza disse que a medida, batizada de moratória do desmatamento, é inédita no Brasil e poderá ser estendida também aos Estados de Pará e Rondônia.
Segundo o interventor, a ministra Marina Silva (Meio Ambiente) assinará a portaria com a proibição em Mato Grosso na próxima quarta-feira.
Em Mato Grosso, Pará e Rondônia foram decretadas pela Justiça Federal no início de junho as prisões de 147 supostos integrantes de uma quadrilha responsável por esquema de desmatamento ilegal, o qual resultou na derrubada de cerca de 2,5 milhões de metros cúbicos de madeira. É o equivalente a 83 mil caminhões, uma carga avaliada em quase R$ 1 bilhão. A Polícia Federal indiciou 90 acusados, entre eles vários funcionários do Ibama, órgão que sofreu intervenção no Estado.
Secretário preso
O então secretário do Meio Ambiente de Mato Grosso, Moacir Pires, foi preso e liberado cinco dias depois. Conhecido como "o rei da soja", o governador Blairo Maggi (PPS), que demitiu Pires após a prisão, é acusado pela imprensa internacional de favorecer o desmatamento em favor da agricultura. Ele nega.
A quadrilha operava com a emissão de ATPFs (Autorizações para Transporte de Produtos Florestais) falsificadas ou em branco, vendidas por servidores do Ibama por R$ 1.000. Os documentos eram usados por 141 madeireiras-fantasmas para justificar a origem de árvores cortadas ilegalmente em áreas de preservação permanente e até em terras indígenas.
Donos de madeireiras e prefeitos dos municípios do norte de Mato Grosso afirmam que haverá desemprego com a interrupção no desmatamento. A medida do ministério atinge também produtores rurais que não poderão derrubar árvores para abrir pasto ou área destinada à agricultura, informou Souza

FSP, 08/07/2005, Ciência, p. A12

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