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Mineradora ameaça terra indígena no litoral paulista

Site do ISA -Socioambiental.org-São Paulo-SP
Autor: Ricardo Barretto
09 de Dez de 2000

Ato que acontece sábado, dia 09, visa proteger terra dos Índios Guarani, já reconhecida pelo
Estado e denunciar ameaças

Na década de 50, a exploração imobiliária, a ação de posseiros e mineradores forçou a saída de índios Guarani da aldeia Piaçaguera, em São Vicente, para uma área cedida em Peruíbe, onde se formou a aldeia Bananal. Mas, conflitos com cacique de origem Fulni-ô e a vontade de retornar à terra original - onde uma única família permaneceu - fez com que, no começo do ano, 30 famílias Guarani buscassem novamente a terra deixada há quase meio século.

De volta a São Vicente, os índios reconheceram o antigo território e notificaram a Funai, que deu entrada no processo de identificação da área. Segundo o professor José Carlos dos Santos, colaborador da Associação dos Índios Tupi Guarani Awá Nimbonjeredjú, após uma longa pesquisa, com base em documentos de 1553, a Funai e o Itesp (Instituto de Terras do Estado de São Paulo) reconheceram o direito dos índios à área, organizando um laudo contendo mapas do local, o que permitiu inclusive a liberação de verba estadual para a construção de uma escola.

Mas uma empresa chamada Mineradora do Vale, que atuou na região até poucos anos atrás, retomou suas atividades de extração de areia, situação que coincidiu com "rondas noturnas de pistoleiros locais às aldeias", segundo relata o professor José Carlos dos Santos.

Ele diz ainda que a Associação e a Aldeia Piaçaguera já fizeram um pedido de intervenção ao Ministério Público, uma vez que além de invasão de área indígena, a mineradora tem realizado sérios danos ao meio ambiente, como a abertura de uma cratera gigantesca em virtude de suas atividades.

Para chamar a atenção das autoridades e da opinião pública para o que vem acontecendo na região, terá lugar sábado, dia 09 de dezembro, às 9:00 horas, o "Ato de Apoio aos Indios Guarani e Tupi Guarani do Litoral Sul Paulista pela Terra, Preservação e Permanência do Meio Ambiente", que acontecerá no Trevo Santa Cruz (divisa dos municípios de Itanhém e Peruíbe).

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