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Mineração tem boom. E Canaã dos Carajás salta 2 mil posições no ranking

ESTADÃO
Autor: Agnaldo Brito
20 de Dez de 2007

A pequena Canaã dos Carajás, no Sudeste do Pará, é uma das campeãs em evolução do PIB dos Municípios, divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo relatório do IBGE, a cidade de 12 mil habitantes saiu da 2.457ªpara a 424ª colocação.

Em apenas três anos, deixou para trás 2.033 municípios. A nova posição refere-se a 2005. A explicação para a evolução chama-se Companhia Vale do Rio Doce.

A cidade é um dos municípios diretamente beneficiados com o novo ciclo de expansão da atividade mineral na região da Floresta Nacional de Carajás. Em Canaã, cidade emancipada em outubro de 1994, existem três projetos importantes de mineração. A mina de cobre de Sossego, em produção há dois anos, foi a primeira. A Vale desenvolve outra mina de cobre, Salobo, e uma de níquel, chamada de Vermelho. Ambas estão na área de 3 milhões de km² do município.

A instalação do parque minerador na região exigiu uma mudança completa do perfil das cidades, não apenas de Canaã dos Carajás. Mas só lá a mineradora aplicou, segundo dados da Fundação Vale do Rio Doce, R$ 195 milhões. Recursos que bancaram a construção de unidades educacionais e de saúde. Ajudaram também a pavimentar a estrada que liga a cidade ao município de Parauapebas, outra cidade também beneficiada com o ciclo de expansão da Vale.

O desenvolvimento do município de Canaã foi resultado direto de uma decisão do Conselho de Administração da mineradora. A companhia optou por mudar o modelo de ocupação das regiões. Quando iniciou o projeto Carajás, a maior mina de ferro a céu aberto do mundo, o plano foi criar uma minicidade no meio da selva.

A vila de Carajás, localizada a 14 quilômetros da mina, é um minimunicípio - abriga cerca de 5 mil moradores, todos funcionários. Tem cinema, bancos, hotéis e restaurantes. Tem também grades enormes, para evitar que animais invadam a área urbana.

Por isso, a Fundação encomendou um estudo sobre as carências dos municípios da região alcançados pelos investimentos da Vale. O diagnóstico identificou todas as carências de infra-estrutura. A idéia é que os poderes públicos locais apresentem os projetos para solução de problemas, como saneamento, asfalto, educação, saúde.

Isso é importante, porque sairão dessas cidades os funcionários que serão contratados pela Vale. Aqueles que foram para o Pará também deverão morar nesses municípios, entre os quais Canaã. A previsão do estudo é que em 2012 a Vale, sozinha, seja responsável por 68 mil empregos. Hoje, responde por 32,6 mil, entre direitos e indiretos.

Só a demanda por moradias nas cidades da região do sudeste paraense será de pelo menos 50 mil unidades. Pode chegar a 80 mil, diz Vaz. Canaã pode avançar ainda mais no ranking do IBGE.

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