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Minas Gerais é líder no tráfico de animais

Associação Mineira de Defesa do Meio Ambiente - http://www.amda.org.br/
19 de Ago de 2015

Apenas no primeiro semestre deste ano, 9.802 espécimes da fauna regional foram apreendidos, média de 54 ao dia

Minas Gerais é uma das principais rotas do tráfico de animais, que após serem cruelmente arrancados de seu habitats, são presos em garrafas de leite, tubos de PVC ou malas para serem transportados. Apenas no primeiro semestre deste ano, 9.802 espécimes da fauna regional foram apreendidos pela Polícia Militar de Meio Ambiente (PMMA), média de 54 ao dia. Números que reforçam a posição do estado como líder no tráfico de animais.

A WWF Brasil estima que nove de cada dez bichos retirados da natureza morrem durante o transporte. Os poucos que sobrevivem são encaminhados aos Centros de Triagem de Animais Silvestres (Cetas). Presente em 23 estados, o órgão recebeu, em Minas, 6.455 animais no ano passado. A Bahia recebeu 4.391 animais; Alagoas 3.546; Ceará 2.410; e Sergipe 797.

De acordo com a analista ambiental e veterinária do Ibama Cecília Barreto, os animais chegam aos Cetas com olhos furados, membros cortadas, com necroses e desnutridos. Alguns, de tão machucados, não podem retornar ao habitat. Cerca de 90% dos encaminhamentos ao Ceta de BH são de pássaros como canário-chapinha, trinca-ferro, pretinho, papagaio e coleirinho. Eles são vendidos como animais de estimação e podem até se tornar moeda de troca no tráfico de drogas, segundo a polícia.

No centro, os bichos são separados por espécie e condição de saúde. Alguns passam por tratamentos veterinários para depois serem colocados em viveiros para recuperação. Nesses locais, podem ficar por até 45 dias, para depois serem transferidos às Áreas de Soltura de Animais Silvestres (Asas). Minas possui 100 propriedades cadastradas, entre elas uma mantida pela Amda, resultado de convênio para soltura de pássaros apreendidos pela Polícia Militar de Meio Ambiente e pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em ações de combate ao tráfico e aprisionamento de animais silvestres. A iniciativa é fruto de parceria com proprietários de uma fazenda em Brumadinho, onde o projeto foi implantado em junho de 2012.

No Asas, os animais passam por um período de readaptação, quando reaprendem a voar e a se alimentar de insetos e outros elementos disponíveis na natureza. Os animais reinseridos em seu habitat natural recebem uma anilha para que seja possível identificá-los e monitorá-los após a soltura - o que também inibe sua captura por traficantes ou intermediários do tráfico.

Em 2014, 21.266 animais foram apreendidos pela PMMA em Minas Gerais e 23.139 foram encaminhados aos Cetas do país.

http://www.amda.org.br/?string=interna-noticia&cod=7426

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