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Mina de ametistas: jazida fica em área de proteção e preocupa ambientalistas

Correio - http://www.correio24horas.com.br/
Autor: Jairo Costa Júnior
29 de Mai de 2017

Tesouro fica situado no território do Boqueirão da Onça, área de preservação permanente que abriga uma das mais protegidas extensões da caatinga brasileira

Até o início da semana passada, os garimpeiros que migraram para o povoado da Quixaba viviam em estado de tensão. Desde a visita de técnicos do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) ao local, não sabiam se o órgão autorizaria a regulamentação da mina de ametista ou vetaria a extração das pedras. Na última terça-feira, o DNPM anunciou a decisão favorável.

Sobraram, agora, outras preocupações pela frente. A primeira delas é com o meio ambiente.
A jazida fica situada no território do Boqueirão da Onça, área de preservação permanente que abriga uma das mais protegidas extensões da caatinga brasileira, com quase 800 mil hectares. A atividade do garimpo, no entanto, pode trazer prejuízos para o ecossistema, caso não haja rigor na fiscalização.

De acordo com a nota técnica emitida pelo DNPM, caberá à prefeitura de Sento Sé fiscalizar e elaborar "ações de suporte" para reduzir o impacto no meio ambiente. No entanto, lideranças que assumiram a interlocução entre os garimpeiros e as autoridades públicas do município decidiram agir logo para evitar problemas.

Um deles é José Neves, 40 anos, dono de uma academia de ginástica de Juazeiro que se mudou para o acampamento-base da mina, onde extrai e negocia pedras. Filho de Zequinha Pedrista, nome que virou lenda em Sento Sé por dominar a extração de ametista na antiga mina da Cabeluda, Neves começou a articular uma rede de garimpeiros para cuidar de quatro grandes problemas.

"O mais urgente é o lixo. Temos que encontrar uma solução logo. Há muita gente produzindo resíduos que não são recolhidos. Se continuar assim, não vai dar certo", diz, enquanto mostra o tamanho da sujeira em volta: garrafas, latas, sacos, copos e toda sorte de descartáveis.
As fogueiras acesas pelos garimpeiros nas tendas improvisadas que servem de moradia, a caça de animais silvestres para alimentação e as escavações feitas sem regra também preocupam. "Precisaremos orientar essas pessoas", afirma.

O outro impacto é social, que o DNPM também deixou aos cuidados do município. Com levas de trabalhadores em situação de vulnerabilidade e com o fluxo anormal de pessoas em Sento Sé, aumentou a demanda por serviços públicos e o medo da violência. A prefeita, Ana Passos (PSD), já solicitou ajuda do governo do estado. Espera agora receber.

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