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Militares acusados de criar problemas para ianomâmis

A Tarde - Salvador - BA
20 de Mai de 2001

A Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados recebeu na semana passada denúncias sobre os problemas causados pela presença de quartéis do Exército próximos às áreas de reserva indígena, em Roraima.De acordo com o Cimi além dos casos de abuso sexual de índias por militares, publicados pela Folha desde outubro do ano passado, também foram relatadas à Comissão situações de invasão de terras indígenas por fazendeiros, garimpeiros e soldados do Exército embriagados.Nossas terras são constantemente invadidas por fazendeiros na região do Catrimani, a oeste de Boa Vista, disse o líder Alexandre Ianomâmi. As lideranças indígenas reivindicaram durante a reunião participação e consulta no projeto Calha Norte, de defesa da região amazônica. Integrante da comissão, o deputado federal Alceste Almeida (PMDB-RR) disse acreditar que apenas uma parcela das lideranças indígenas foi chamada para a audiência pública em Brasília.Interesse de foraNem todos os chefes, representantes da maioria das etnias do Estado, foram convocados. Os interesses internacionais, articulados por ONGs, com objetivos escusos, não são unanimidade entre esses pobres índios desprotegidos, disse o parlamentar.Para ele, a atuação da Funai é ineficaz. Não somos contra a demarcação e a favor das mineradoras. Dá para conciliar o programa de soberania nacional de vigilância de fronteira com as comunidades indígenas, declarou Almeida.Além de lideranças políticas e indígenas de Roraima, compareceram à audiência pública a procuradora da República Deborah Duprat, da 6ª Câmara da Procuradoria-Geral da República (responsável pelas questões das minorias), o representante da Funai (Fundação Nacional do Índio) em Roraima, Manuel Reginaldo Tavares, e o secretário-executivo do Cimi, Egon Heck.

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