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23 de Out de 2024
Ibama intensifica operações na Terra Indígena Sararé contra garimpo ilegal apoiado por milícias, destruindo maquinário e apreendendo armas. O crime organizado dificulta o combate.
Na fronteira entre o Brasil e a Bolívia, um dos territórios mais violentos do país, agentes do Ibama enfrentam uma dura batalha contra o garimpo ilegal, agora fortalecido por milícias e facções criminosas. A Terra Indígena Sararé, do povo Nambikwara, tem sido um dos principais alvos dessa exploração criminosa.
Desde janeiro de 2023, 215 escavadeiras de grande porte foram destruídas, somando um prejuízo de R$ 300 milhões aos garimpeiros ilegais. Mesmo com essas ações, cerca de 2.000 garimpeiros continuam operando ilegalmente no território.
As operações de combate, realizadas com apoio da Polícia Rodoviária Federal, Força Nacional de Segurança Pública e Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), também resultaram na apreensão de armas de fogo pesadas, incluindo uma submetralhadora e um fuzil, o que evidencia a crescente participação do crime organizado na exploração de ouro.
O Comando Vermelho e milícias locais dividem o controle da região, envolvidas tanto no tráfico de drogas quanto no garimpo.
O diretor de Proteção Ambiental do Ibama, Jair Schmitt, destacou que a situação se agravou nos últimos anos, principalmente devido à postura permissiva do governo anterior em relação ao garimpo. Segundo ele, a exploração não envolve pequenos garimpeiros, mas grandes operações ilegais que retiram ouro em larga escala da região.
Crime organizado na Amazônia é ameaça à preservação ambiental
Mesmo com a intensificação das operações, incluindo a destruição de 100 escavadeiras só em 2024, o garimpo permanece ativo na terra indígena. Em 2023, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrou um recorde de 570 hectares de devastação pela atividade ilegal.
O cenário de conflito ficou ainda mais tenso no final de setembro, quando um confronto entre garimpeiros e agentes de fiscalização resultou em cinco mortes.
A violência e a destruição causadas pelo garimpo ilegal na Terra Indígena Sararé evidenciam a complexidade do problema e a força do crime organizado na região.
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