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Mendicância de guaranis preocupa

Correio do Povo-Porto Alegre-RS
18 de Abr de 2002

Conselho Estadual dos Povos Indígenas aponta as duas causas: a falta de terras e o empobrecimento

A mendicância de mulheres guaranis nas ruas das cidades próximas às reservas foi o tema central da reunião ordinária do Conselho Estadual dos Povos Indígenas (Cepi), ontem, na Casa de Retiro Belém do Horto, em Belém Velho. O empobrecimento dos índios e a falta de terras para cultivo, o que ajudaria no sustento da família, que forçam as índias a mendigar, segundo a coordenadora do Cepi, Maria Luiza Santos Soares. 'As comunidades da reserva Cantagalo e dos acampamentos às margens da BR 116, na altura de Barra do Ribeiro, são as mais pressionadas.'
Segundo Maria Luiza, o movimento está tentando identificar perspectivas de geração de renda, baseadas no artesanato típico dos guaranis, que garantam o dia-a-dia da tribo. O presidente da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos (CCDH) da Assembléia Legislativa, Roque Grazziotin, participou da reunião como ouvinte e prometeu à comunidade indígena da Cantagalo que pressionará o novo ministro da Justiça, Miguel Reale Júnior, para que assine a portaria que dá reintegração de posse da área da reserva aos guaranis. 'Essa portaria já passou por vários ministros', lamentou. Segundo ele, o papel deve chegar ao ministro hoje, um dia antes do Dia do Índio.

O problema de geração de renda para as comunidades guaranis passaria pela necessidade de demarcação dos territórios. De acordo com o levantamento da CCDH, saúde e habitação também são questões sérias que estão sendo combatidas. A comissão marcará para maio uma audiência pública para definir uma política de reintegração dos índios à terra. O governo do Estado informou ontem que já investiu mais de R$ 20 milhões em ações para as comunidades indígenas.

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