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Memória do líder indígena Angelo Kretã é reverenciada em evento no Paraná

Não Fracking Brasil naofrackingbrasil.com.br
Autor: Silvia Calciolari
13 de Set de 2017

Romancil Kretã, filho do Cacique Kaingang e articulador da campanha Não Fracking Brasil, participa da homenagem na UFPR e no Solar do Barão em Curitiba

Por sua importância não apenas para os indígenas que tiveram suas terras demarcadas por sua intermediação, mas para a história política e os desdobramentos da questão indígena do Brasil, acontece em Curitiba entre 20 e 22 de setembro evento que resgata a vida e luta do Cacique Kaingang Angelo Kretã.

Com a participação de lideranças indígenas e pesquisadores, será reativada a Sala Angelo Kretã no Solar do Barão como um espaço para debates de temas relevantes sobre a questão indígena no contexto contemporâneo. Os debates acontecem na Reitoria da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

A mesa de abertura contará com a presença do filho do homenageado, o também Cacique kaingang Romacil Kretã, que persiste na luta pelos direitos dos povos indígenas e hoje se inspira em seu pai para atuar na coordenação executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB). Romancil também é coordenador para Povos Indígenas da COESUS - Coalizão Não Fracking Brasil pelo Clima, Água e Vida - e integrou ao seu ativismo a luta contra a indústria do petróleo, o fraturamento hidráulico (fracking) e as mudanças climáticas.

"Nossas lutas de hoje não são diferentes das que meu pai travou em sua época. A diferença é que hoje estamos mais unidos, conscientes das ameaças e mobilizados para defender nossos territórios e direitos", garante Romancil.

Para ele, "no caso da indústria do petróleo, se o homem branco quer morrer e matar seus filhos, que o faça. Mas nós índios não vamos permitir que a água e a terra sejam contaminadas pelo fracking".

Líder eterno

Considerado a maior liderança indígena do Sul do país nos primórdios do movimento, o Cacique Kretã vivia na Aldeia Mangueirinha, no Sudoeste do Paraná. Por sua liderança incontestável foi eleito em 1976, em plena ditadura, o primeiro vereador indígena pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB), o que lhe garantiu projeção nacional.

Ao defender como parlamentar o que é de direito aos povos originários do Brasil, especialmente a demarcação de terras, Angelo Kretã era uma voz que dava eco a todas as demandas indígenas com carisma e determinação.

Sua morte prematura em 1980 num 'acidente de carro' numa estrada dentro da aldeia, causou grande comoção nacional. Diante da convicção das lideranças indígenas da época - e até hoje - que não ele foi vítima de uma emboscada, sua memória persiste e inspira novas lideranças na luta pelos direitos dos povos indígenas.

Em 1980, um Globo Repórter Especial foi produzido para retratar a comoção que foi a morte de Angelo Kretã.

https://www.youtube.com/watch?v=yByU6eJDi9s

https://naofrackingbrasil.com.br/2017/09/13/memoria-do-lider-indigena-a…

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