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Memorandos da Funai para evitar contato de servidores com a imprensa geram desconforto

G1 - https://g1.globo.com/
13 de Nov de 2019

A Fundação Nacional do Índio (Funai) emitiu dois memorandos internos após a nova gestão tomar posse, em julho deste ano, com o objetivo de que os técnicos e indigenistas da Funai evitem contato direto com a imprensa.

Oficialmente, os memorandos internos fazem apenas um alerta aos servidores apontando que a assessoria de comunicação do órgão é o único setor apto a intermediar a relação com a imprensa, o que já aconteceu em outros repartições públicas de Brasília.

"A medida visa o alinhamento institucional no contato com a imprensa, produzindo-se, assim, respostas que reflitam o posicionamento oficial da Funai, sem que isso exponha as imagens dos servidores", afirma trecho do documento enviado internamente nesta quarta-feira (13).

A Funai já havia enviado um outro memorando, em agosto, com mensagem similar: "Tal solicitação deve-se ao fato de que se faz necessário alinhamento institucional no contato com a imprensa, produzindo-se, assim, respostas que reflitam o posicionamento da Funai".

Na visão de servidores ouvidos pelo blog, contudo, há, na verdade, uma tentativa de silenciar os técnicos sobre assuntos delicados relacionados às terras indígenas, incluindo o desejo público do governo de realizar a exploração mineral nesses territórios. Seria uma espécie de "lei da mordaça" relacionada a determinados temas.

Conforme relatos de outros servidores enviados ao blog, a morte do cacique Emyra, em julho deste ano, na aldeia Waiãpi, no oeste do Amapá, teria sido o estopim para a decisão da nova direção de tentar controlar as informações sobre a Funai na imprensa.

Na ocasião, relatórios internos do órgão acabaram por corroborar a versão dos índios de que haviam invasores armados nas terras, gerando constrangimento para o gestão Bolsonaro em meio à opinião pública.

https://g1.globo.com/politica/blog/matheus-leitao/post/2019/11/13/memor…

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