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Maxakalis acusados de quebrar acordo

Hoje em dia -Belo Horizonte-MG
Autor: Ana Lúcia Gonçalves
09 de Set de 2005

Os índios Maxakali estão sendo acusados de terem quebrado o acordo firmado com fazendeiros no dia 30 de agosto. E para evitar que uma nova guerra seja deflagrada pela disputa das terras em litígio, uma equipe formada por indigenistas e deputados seguiu ontem para Santa Helena de Minas, no Vale do Jequitinhonha, a 669 quilômetros de Belo Horizonte. De acordo com a Polícia Militar, um dia depois do acordo, os índios feriram quatro cavalos a facão, e deixaram um deles cego.
Os animais são do fazendeiro Valdomiro Alves de Almeida, proprietário da fazenda Monte das Oliveiras, ocupada por cerca de 200 índios desde o dia 18 de agosto. A propriedade dá acesso a outras dez que os índios garantem pertencer à reserva. Valdomiro de Almeida já acionou a Justiça pelos maus tratos aos animais e aguarda decisão de liminar no pedido de reintegração de posse. A informação da polícia é de que os índios vão responder por maus tratos a animais.
A equipe que seguiu para a área na manhã de ontem é formada por representantes da Secretaria Especial de Direitos Humanos, do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), da Fundação Nacional do Índio (Funai) e da Câmara dos Deputados. O deputado valadarense Leonardo Monteiro (PT) viajou como representante da Comissão de Direitos Humanos da Câmara. A reunião em Santa Helena de Minas estava prevista para as 18h30 e seria realizada na Câmara Municipal, com a participação de representantes dos índios e fazendeiros.
Segundo a assessoria de Leonardo Monteiro, foi antecipado que os índios entregariam à comissão um ofício denunciando os altos índices de desnutrição, mortalidade infantil e alcoolismo nas aldeias Água Boa e Pradinho, e também a falta de atendimento médico.
Pelo acordo firmado entre os índios e fazendeiros no dia 30 de agosto, o pacto de paz duraria até a decisão ju dicial sobre as terras que, segundo os índios, pertencem à reserva, mas estão nas mãos de antigos funcionários do extinto Serviço de Proteção ao Índio (SPI) desde 1956. Pelo acordo, os fazendeiros poderiam passar pela estrada onde os índios estão acampados e ocupar suas fazendas, trabalhando nelas normalmente, mas não poderiam retirar madeira ou fazer desmatamentos. Já os índios permaneceriam na área ocupada, podendo apenas retirar imbaúba para a confecção de artesanato.

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