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Material apreendido no Garimpo de Roosevelt é depositado no pátio do DNPM

Diário da Amazônia-Porto Velho -RO
05 de Out de 2001

Sete caminhões carregados com mangueiras, tubulações, motores, tambores de óleo diesel, tratores, fogões e 11 mil metros de tubos foram retirados da Reserva Indígena de Roosevelt, habitada pelos índios Cinta Larga, e colocados no pátio do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). A retirada do material faz parte da operação realizada pela Polícia Federal, Funai, DNPM e Ibama para retirada dos garimpeiros que estavam trabalhando ilegalmente na área desde agosto do ano passado. O diretor do DNPM, Airton Nogueira, informou que na próxima semana mais 9 carretas estarão chegando com o restante do material que ficou na reserva. De acordo com ele, aproximadamente R$ 30 milhões devem ter sido retirados em diamantes do local. A estimativa do diretor tem como base a quantidade de máquinas que estavam operando na área, cerca de 350 equipamentos, e o tempo de permanência dos garimpeiros. Além da dificuldade de acesso ao local, a resistência inicial dos índios dificultou a realização da operação, segundo lembra Nogueira ao informar que foi preciso um trabalho de conscientização por parte dos técnicos do órgão para que os índios entendessem a necessidade da operação. "Foi preciso mostrar aos índios que somente com a retirada dos garimpeiros seria possível fazer um trabalho para solucionar a questão da exploração ou não na área". A maior dificuldade para solucionar a questão de exploração em área indígena, segundo Nogueira se dá devido a falta de legislação sobre a assunto. "Não existe nenhuma lei que trate sobre a questão, dificultando inclusive a ação dos órgãos que trabalham com esta área". Neste sentido, existe um projeto do senador Romero Jucá (PSDB/RR), normatizando a exploração em áreas indígenas, colocando em destaque que a exploração ou não da área, passe pela apreciação da comunidade indígena. Já aprovado no Senado, o projeto se encontra na comissão de Meio Ambiente, Minorias e Defesa do Consumidor da Câmara Federal. Numa reunião ocorrida em Brasília há menos de um mês, com a presença de representantes dos Cinta Larga, Airton Nogueira disse que os índios se mostraram interessados em explorar a área. Ele acredita que uma alternativa para evitar novas invasões é a própria comunidade indígena tomar conta do local e o Governo Federal estruturar melhor os órgãos, para evitar a evasão das riquezas naturais que saem clandestinamente do País. Mas o diretor teme que com a exploração feita pelos índios possa ocorrer um confronto com os garimpeiros que estão de prontidão para uma nova investida. "Cerca de 5 mil garimpeiros estão esperando apenas o momento certo para voltar a invadir a área, pelo potencial mineral que lá existe". Os diamantes localizados na reserva Roosevelt somente são superados pelas pedras preciosas da África, "o que já é um motivo mais que suficiente para os garimpeiros ficarem alertas e arriscarem uma nova invasão". A operação retirou cerca de 1,2 mil garimpeiros que estavam operando na área.

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