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Mata Atlantica preservada

O Globo, Rio, p.20
11 de Nov de 2005

Mata Atlântica preservada
Paulo Roberto Araújo
Na mesma igrejinha onde, há 20 anos, a comunidade se reunia na luta pela preservação da Fazenda Alcobaça, em Petrópolis, a Caixa Econômica Federal (CEF) vai transferir para o Ibama hoje a posse definitiva da área de 2,2 milhões de metros quadrados da Floresta de Alcobaça. Antiga propriedade da Companhia Petropolitana de Tecidos, as terras com rica vegetação de Mata Atlântica seriam usadas, em 1982, para a construção de um conjunto residencial pelo extinto BNH. A comunidade se mobilizou e impediu a degradação da área, que em 1986 foi transferida para o patrimônio da CEF.
Transformada em área de preservação permanente em 1989, a Fazenda Alcobaça tem microbacias que formam a Cascatinha, uma atração turística que deu nome ao bairro onde moram cerca de dez mil pessoas, consumidoras da água que nasce na região. Com a situação fundiária completamente regularizada, a Fazenda Alcobaça em breve será anexada ao Parque Nacional da Serra dos Órgãos. A área que separa a fazenda do parque também é uma floresta, livre de ocupação, que forma um corredor ecológico ideal para a fauna da região.
— A Fazenda Alcobaça é um caso típico de vitória da comunidade na luta pela preservação ambiental. Tendo domínio da área, o Ibama passa a ser o responsável pela proteção permanente do patrimônio ambiental. Com a conclusão do plano de manejo, a área será incorporada pelo Parque Nacional da Serra dos Órgãos — garantiu o novo gerente do Ibama no Rio, Rogério Rocco.
A transferência de propriedade vai acontecer na Igreja Matriz de Santana e São Joaquim, com a presença de dirigentes da CEF e da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. À tarde, a ministra empossa Rogério Rocco na gerência do Ibama e lança no estado a Segunda Conferência Nacional do Meio Ambiente, que será realizada no dia 13, em Brasília.
Desde a época em que a comunidade conseguiu impedir que a mata fosse derrubada para construção de um conjunto residencial, a floresta é preservada pela Associação de Defesa dos Mananciais de Alcobaça. A entidade é responsável pela administração da captação e da distribuição da água. Além disso, mantém um sistema de vigilância para proteger a área contra qualquer tipo de degradação.

O Globo, 11/11/2005, p. 20

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