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Manifestação une sem-terra, índios e ambientalistas em Belém

O LIBERAL - www.orm.com.br
21 de Abr de 2010

O clima era de vitória ontem de manhã durante a manifestação promovida pelo Movimento dos Sem-Terra (MST), em Belém. Após a concessão da liminar que suspendeu a realização do leilão da hidrelétrica de Belo Monte, estudantes, indígenas e representantes de movimentos sociais da capital paraense fizeram uma passeata do terminal de ônibus da Universidade Federal do Pará (UFPA) até a sede da Eletronorte, onde foram recebidos pela direção da empresa. Durante a reunião, eles entregaram um manifesto contra a construção da hidrelétrica, assinado por 140 entidades, que foi encaminhado para a presidência da Eletrobrás, em Brasília.

Logo cedo, os manifestantes arrebentaram os portões da Eletronorte, localizada na avenida Perimetral, para serem ouvidos pela direção da empresa. E escreveram no muro que da sede a frase: "Não a Belo Monte". A ideia, segundo Ulisses Manaças, representante do MST, é mostrar às autoridades que os benefícios da hidrelétrica serão insignificantes perto dos danos ambientais irreparáveis que a região do Xingu vai sofrer. "Queremos um novo modelo energético para o país, porque vão destruir o meio ambiente desta forma. O que acontece em Belo Monte só vai servir para o grande capital", explicou.

O porta-voz da presidência da Eletronorte, Yvonaldo Bento, informou que a reunião com os manifestantes foi pacífica e que todos foram ouvidos. No entanto, somente a Eletrobrás, que é quem cuida do projeto da hidrelétrica há cerca de dois anos, é que poderá resolver a questão. Por esse motivo, o manifesto foi entregue à direção da empresa.

De acordo com Marquinho Mota, do Comitê Xingu Vivo para Sempre, as entidades vão continuar vigilantes em relação à liminar de cancelamento do leilão, que pode cair a qualquer momento. Essa indecisão prova, segundo ele, que os estudos relacionados aos impactos ambientais de Belo Monte ainda não são adequados para a sua construção. O Ibama, inclusive, disse que os pesquisadores não tiveram tempo hábil para elaborar o projeto, além de não terem ouvido as 18 comunidades indígenas que serão atingidas pela hidrelétrica, como está previsto na Constituição. Outro ponto que precisa ser reavaliado é que do total de 12 municípios que serão afetados por Belo Monte, apenas três foram sede de audiências públicas, são eles: Brasil Novo, Vitória do Xingu e Altamira.

"Esperamos chamar a atenção da mídia, da Justiça e do governo federal para mostrar que não só Altamira é contra a construção da usina, mas a capital paraense também. Porque Belo Monte não será o início do desenvolvimento social na região, mas sim o fim de um ecossistema. É um projeto que só traz miséria e destruição", disse Marquinho Mota.

http://www.orm.com.br/projetos/oliberal/interna/default.asp?modulo=250&…

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