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Mais de 300 pessoas armadas ameaçam atacar lideranças do CIR

CIR-Boa Vista-RR
03 de Jul de 2004

O Conselho Indígena de Roraima - CIR, manifesta preocupação diante das ameaças promovidas por arrozeiros que prometem atacar indígenas que estão construindo uma maloca, na parte sul da terra indígena Serra do Sol, na margem do igarapé Jauari.
Para tentar evitar a consumação da ameaça, o administrador interino da Fundação Nacional do Índio - Funai, de Boa Vista (RR), Benedito Rangel Moraes, está se deslocando nesta madrugada para a região do Baixo Cotingo, a fim de negociar também a liberação de dois funcionários do órgão mantidos reféns há dois dias na aldeia Contão.
Rangel deverá ser acompanhado por agentes das polícias Federal e Militar, pois foi informado que mais de 300 pessoas armadas estariam se deslocando de Normandia e daquela maloca para investir contra lideranças indígenas do Conselho Indígena de Roraima - CIR.
A informação teria sido repassada ao administrador da Funai em reunião realizada ontem à noite da qual participaram o governador de Roraima, Flamarion Portela, representantes do Exército Brasileiro, o Procurador Federal Marcus Goulart e o indígena Silvestre Leocádio, presidente da Sociedade para o Desenvolvimento dos Índios Unidos de Roraima - Sodiurr.
Na reunião, o administrador da Funai teria contestado a informação de que as lideranças indígenas do CIR haviam seqüestrado o rizicultor Paulo César Quartiero, conforme chegou a ser divulgado por alguns veículos de imprensa de Boa Vista no dia de ontem.
Ao final da reunião, Benedito Rangel foi convencido a se deslocar para a maloca do Contão, pois teria sido informado que a liberação dos servidores da Funai mantidos reféns naquele local dependeria de sua intervenção para convencer os indígenas a desistir da construção da maloca na margem do rio Jauari - local de acesso a três grandes plantações de arroz no interior da terra indígena Raposa Serra do Sol.
Os funcionários Gilberto Pereira da Silva e César Augusto Júnior foram seqüestrados há três dias por moradores não-indígenas de Normandia e Pacaraima e alguns indígenas contrários à homologação da terra Raposa Serra do Sol. Eles estão mantidos reféns na maloca do Contão, onde também ficaram retidos três missionários da missão Surumu seqüestrados no dia 6 de janeiro deste ano por pessoas comandadas pelo rizicultor Paulo César Quartiero, indiciado por este crime em fevereiro passado.

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