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Madeira ilegal virou assunto de criminosos

A Crítica-Manaus-AM e Agência Estado-São Paulo-SP
Autor: Liana John
09 de Jun de 2002

Ao lado de alguns poucos madeireiros à moda antiga, que ainda usam de fraudes nos planos de manejo, a maior parte dos ilegais são criminosos, que andam com jagunços armados e cada vez mais violentos. Conforme o levantamento da entidade ambientalista Amigos da Terra sobre a madeira amazônica, eles tendem a explorar apenas as espécies nobres mais rentáveis, como o mogno, e tiram as toras de unidades de conservação e reservas indígenas.

A maior intensidade e gravidade de roubo de madeira tem sido registrada nos municípios paraenses de Redenção, São Félix do Xingu e Tucumã, envolvendo as Áreas Indígenas Apiterewa, Baú, Trincheira Bacajá, Xicrin do Bacajá e Kararaô.

Os conflitos armados com os índios são freqüentes e as negociações em torno da venda da madeira, quando existem, são sempre tensas.

No Mato Grosso e Rondônia, os conflitos entre madeireiros e índios costumam envolver os Cinta-Larga. No Maranhão, os focos de ilegalidade estão em Açailândia, Buriticupu, Santa Inês, Imperatriz e Amarante, com vínculos dos madeireiros com tráfico de drogas, comércio de armas e furto e receptação de veículos. Ainda de acordo com o estudo dos ambientalistas, o acobertamento e "legalização" dessa madeira extraída ilegalmente depende da compra da Autorização de Transporte de Produtos Florestais (ATPF), que em muitos locais funciona como uma verdadeira moeda paralela, que chega a ter flutuações de câmbio, conforme a época do ano.

Na contramão da ilegalidade e da madeira retirada sem critérios racionais dos assentamentos, um pequeno grupo de seis empresas madeireiras buscou a certificação florestal e segue os melhores critérios de extração sustentável.

O selo mais adotado é o FSC, do Forest Stewardship Council. "Sujeitos a auditorias freqüentes dos certificadores independentes, estes madeireiros significam economia até na fiscalização, que só precisaria ir visitá-los, digamos, uma vez a cada três anos", comenta Roberto Smeraldi, da Amigos da Terra.

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