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Madeira de MT abastece 60% do mercado paulista, comprova pesquisa

24Horas News-Cuiabá-MT
Autor: Rodrigo Vargas
07 de Ago de 2002

Mato Grosso é o principal fornecedor de madeira amazônica para o maior mercado consumidor no país, São Paulo. De acordo com a pesquisa "Acertando o alvo 2", feita pela Ong Amigos da Terra em 861 revendas de 114 municípios, cerca de 60% do volume total comercializado - 6,1 milhões de metros cúbicos em 2001 - foram oriundos das florestas mato-grossenses.

Lançado sob a forma de livro no final de julho, o estudo parte de uma análise detalhada do mercado da madeira para então avaliar estratégias que ampliem o espaço da madeira certificada, ou seja, aquela obtida por meio do manejo sustentável dos recursos florestais.

"A exploração madeireira é a atividade mais dinâmica e paradoxal da Amazônia. Se essa atividade for realizada de forma predatória poderá causar danos severos na floresta e empobrecer, a longo prazo, a economia da região. Entretanto, se for conduzida de maneira manejada, poderá conciliar geração de renda e emprego e ao mesmo tempo garantir a manutenção da floresta", diz um trecho.

Entre os maiores fornecedores de madeira para o mercado paulista (que consome, vêm em seguida os estados do Pará, com 22%, e Rondônia (15%). O restante (3%), foi distribuído entre os outros Estados da Amazônia.

"A produção de madeira oriunda de florestas nativas é de aproximadamente 32 milhões de metros cúbicos, dos quais 28 milhões de metros cúbicos são provenientes da Amazônia Legal. Esse fato torna a Amazônia a principal região produtora de madeira tropical do mundo".

O estudo indica que, devido à falta de informações sobre a realidade da certificação da madeira, os empresários consumidores não estão dispostos a dar preferência a este tipo de madeira. Muito embora 20% tenham se declarado favoráveis a este tipo de iniciativa.

"A maioria dos empresários acreditava que o custo para a certificação da cadeia de custódia de uma indústria era maior que R$ 100 mil. Entretanto, na maioria dos casos, o valor não atingia R$ 10 mil", relata o estudo.

Vinte e sete por cento dos empresários acreditavam que a madeira certificada era mais cara e que, portanto, esse poderia ser o fator limitante para a sua comercialização. "E apenas 19% acreditavam que a oferta limitada seria um fator inibidor do uso de madeira certificada".

Este estudo foi realizado por uma parceria entre o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), Amigos da Terra - Programa Amazônia Brasileira - e o Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora). A iniciativa contou com o apoio da Agência Alemã de Cooperação Técnica (GTZ) e da Embaixada do Reino dos Países Baixos.

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