Rádio Livre.org
04 de Out de 2007
Ainda na primeira gestão do presidente Lula, o Ministério dos Transportes, na gestão de Alfredo Nascimento, aprovou a liberação de verbas para a construção de um novo porto para a cidade de Tefé, de 72 mil habitantes, que fica no lago Tefé, próximo ao rio Solimões onde se pretende colocar a obra. Porém, o porto está para ser construído nos limites da área indígena da Barreira da Missão, a apenas 200 metros da primeira de suas 4 aldeias. A população não tinha sido consultada. Temendo-se o impacto e ameaças como alcoolismo, drogas, prostituição, invasão das terras e degradação do meio ambiente, a Associação Cultural dos Povos Indígenas do Médio Solimões e Afluentes (ACPIMSA), a União das Nações Indígenas de Tefé (UNI-Tefé), FUNAI, UEA, IBAMA, IDAM e Marinha procuraram debater com a população e buscar esclarecimentos.
Em 2006 a ACPIMSA, UNI-TEFÉ e FUNAI organizaram um movimento para embargar a construção da estrada de acesso ao porto através de um abaixo-assinado, que chegou nas mãos do governador do estado. Este acabou conseguindo um acordo com as lideranças das aldeias, se comprometendo a melhorar o desenvolvimento social, incluir as comunidades no programa luz para todos do Governo Federal, pavimentar as ruas, e ajudar no escoamento da produção. Apesar das promessas, muitos indígenas e entidades defendem ainda que todos permaneçam atentos aos riscos da situação.
Enquanto isso, dois projetos de pesquisa e extensão da UFAM e da UEA, de vários programados para a Barreira, já começaram a ser executados. O primeiro, chamado "Nova Cartografia Social da Amazônia", procura facilitar aos movimentos sociais o mapeamento de suas identidades e espaços de conflitos, gerando como resultado pequenos livros. Quem define o que será mapeado e contado são os próprios movimentos, e espera-se que os mapas e livrinhos sirvam de instrumento de luta para eles. Já o projeto "Mídia e Cidadania" semeia coletivos de mídias livres. Hoje, dia 29/09/07 aconteceu na Barreira a primeira oficina prática de rádio livre, realizada pelo CMI-Tefé, e que contou com a presença maciça de crianças. O primeiro grupo a se apropriar dos microfones foi o das mulheres.
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