OESP, Nacional, p. A10
05 de Mai de 2007
Lula pede esforço para que obras do PAC não parem
Em reunião com sete ministros, presidente cobra empenho e manda outro recado para a área ambiental
Ana Paula Scinocca
Às vésperas do primeiro balanço das ações do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse estar "determinado" a resolver os entraves que impedem o início de boa parte das obras de infra-estrutura. Em reunião de três horas no Palácio do Planalto, cobrou empenho de sete ministros e presidentes de estatais para evitar que o cronograma de obras fique paralisado. Segundo um participante do encontro, ele serviu para Lula enviar mais um recado à área ambiental do governo. Detalhe: a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, não participou.
Na segunda-feira, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, fará um balanço do PAC. O governo trabalha para que o programa não seja visto como mais um plano que não saiu do papel. O problema é que obras emblemáticas, símbolos do PAC, como as usinas hidrelétricas do Rio Madeira e a Ferrovia Transnordestina, ainda não começaram.
As usinas Santo Antônio e Jirau dependem de licenciamento ambiental do Ibama. Já a obra da ferrovia está paralisada por causa de problemas de desapropriação de terras na Bahia. Assessores observam, no entanto, que o próprio Lula se empenha para levar os dois projetos adiante.
A ministra Marina Silva afirma que a viabilidade da construção das usinas hidrelétricas no Rio Madeira depende apenas dos empreendedores e isenta o Ibama de responsabilidade pelo atraso das obras. Marina disse que o estudo de impacto ambiental apresentado pelo consórcio entre Odebrecht e Furnas estava errado. "O que se constatou é que havia erro no estudo do impacto ambiental feito por Odebrecht e Furnas em relação aos sedimentos", afirmou ela na segunda-feira.
Participaram ontem da reunião os ministros Paulo Bernardo (Planejamento), Dilma Rousseff (Casa Civil), Márcio Fortes (Cidades), Alfredo Nascimento (Transportes), Franklin Martins (Comunicação Social), Geddel Vieira Lima (Integração Nacional) e Silas Rondeau (Minas e Energia). Também estavam presentes ao encontro os presidentes da Petrobrás, Sérgio Gabrielli, do BNDES, Luciano Coutinho, e da Infraero, José Carlos Pereira.
BIOCOMBUSTÍVEIS
No fim da tarde, Lula recebeu o presidente da Empresa Nacional Portuguesa de Petróleo, Gás e Energia, Manuel Ferreira de Oliveira. A empresa está disposta a importar óleos vegetais para a produção de biocombustível de Portugal. "Queremos que 50% da nossa necessidade seja suprida com óleo do Brasil", disse Oliveira. Ele anunciou que, no dia 18, assinará dois protocolos com a Petrobrás para exploração de petróleo em áreas profundas e importação de óleo vegetal.
OESP, 05/05/2007, Nacional, p. A10
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