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Lula deve sancionar hoje quórum menor na CTNBio

FSP, Dinheiro, p. B4
21 de Mar de 2007

Lula deve sancionar hoje quórum menor na CTNBio
Regra reduzirá votos para liberar transgênicos

Marta Salomon
Da sucursal de Brasília

À espera do aval do presidente Luiz Inácio Lula da Silva hoje à redução do número de votos necessários à liberação comercial de grãos modificados geneticamente, a CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança) levará à votação amanhã dez pedidos de venda de variedades transgênicas de milho, algodão e arroz resistentes a herbicidas e insetos.
"Evidentemente, [a exigência de] um número menor de votos vai ajudar. É possível que haja 14 pessoas convencidas. Mas, como estou sob intensa pressão de liminares, pareceres, procuradores, prefiro ser cauteloso na expectativa", disse Walter Colli, presidente da comissão responsável por autorizar a pesquisa e a comercialização de organismos geneticamente modificados no país.
O prazo para Lula sancionar a mudança de quórum para a liberação comercial de transgênicos termina hoje. O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RO), disse ontem que a redução do número de votos para as decisões é objeto de um acordo político. "Há entendimento político. Em tese, [a lei] vai ser sancionada."
Pelas regras atuais, fixadas por decreto pelo próprio Lula, a liberação comercial de transgênicos depende dos votos favoráveis de dois terços dos 27 membros da CTNBio. Lei aprovada no Congresso reduz de 18 para 14 o número de votos necessários às autorizações. Com o aval de Lula, a mudança já poderia valer para a próxima reunião da comissão, marcada para amanhã.
Com os ministérios da Agricultura e de Ciência e Tecnologia, Colli defende a mudança de quórum na CTNBio como forma de levar adiante a análise dos pedidos de comercialização de transgênicos. Desde a regulamentação da Lei de Biossegurança, nenhuma variedade geneticamente modificada foi autorizada.
O Ministério do Meio Ambiente defende o veto à mudança aprovada no Congresso. A regra atual foi uma vitória da equipe da ministra Marina Silva no debate da Lei de Biossegurança, pois, originalmente, a lei determinava que a comercialização seria aprovada por maioria simples dos votos da CTNBio.

FSP, 21/03/2007, Dinheiro, p. B4

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