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Linhão do Madeira vai a leilão

OESP, Economia, p. B7
21 de Mai de 2008

Linhão do Madeira vai a leilão
Projeto deverá ser vendido em lotes até setembro

Leonardo Goy, Brasília

O governo pretende leiloar entre setembro e outubro deste ano o projeto da linha que vai levar a energia produzida pelas Hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, do Complexo do Rio Madeira, em Rondônia, até Araraquara, no interior de São Paulo.

Ao todo, essa linha - que, assim como as hidrelétricas, faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) - terá quase 2,5 mil quilômetros de extensão.

Segundo o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, a intenção do governo é dividir a linha em vários lotes menores, que serão licitados todos no mesmo dia. Assim, diferentes investidores vão construir e operar 'pedaços' distintos do linhão do Madeira.

'Dividindo a linha em trechos, podemos ter mais concorrentes no leilão. Se licitássemos a linha toda em apenas um lote, só teríamos empresas de grande porte na disputa', disse.

As estimativas iniciais feitas pelo governo indicam que, ao todo, a obra custará cerca de R$ 9 bilhões. Ou seja, a linha de transmissão que levará a energia das duas usinas de Rondônia até os principais centros de consumo custará praticamente o mesmo que a usina de Jirau, leiloada anteontem.

A EPE calcula que a obra de Jirau demandará investimento de R$ 8,7 bilhões. Somadas, as duas usinas do Rio Madeira terão capacidade para produzir 6.450 megawatts (MW).

Segundo Tolmasquim, as obras para a construção da conexão deverão levar de 24 a 36 meses para serem concluídas. 'A linha estará pronta antes de 2012, quando começa a entrar no sistema a energia de Santo Antônio', disse.

O presidente da EPE lembrou que, diferentemente das usinas hidrelétricas, os projetos de novas linhas de transmissão não precisam de licença ambiental prévia para serem oferecidos em leilão.

Segundo Tolmasquim, caberá ao investidor que arrematar os lotes providenciar as licenças. Mas, para ele, o projeto da linha do Madeira não deverá enfrentar problemas para receber o aval dos órgãos ambientais. 'A área dessa linha é quase toda usada para pastagens. Não tem muito impacto; a linha não cruzará áreas ambientalmente sensíveis', garantiu.

BIOMASSA

O governo publicou ontem no Diário Oficial da União um decreto que regulamenta as chamadas estações coletoras, que são centrais de captação de energia que conectarão usinas de biomassa, pequenas centrais hidrelétricas e parques eólicos ao sistema de linhas de transmissão de energia do País.

A criação dessas centrais é um dos fatores que vêm sendo apontados como decisivos para que as usinas de álcool possam entrar no mercado de venda de energia, a partir do processamento do bagaço de cana. O governo marcou para o dia 30 de julho o primeiro leilão de energia voltado exclusivamente para usinas de biomassa.

OESP, 21/05/2008, Economia, p. B7

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