Folha de Boa Vista - http://www.folhabv.com.br/
Autor: Neidiana Oliveira
13 de Fev de 2012
A questão ambiental está permeada de valores éticos e culturais dentro das comunidades indígenas. Mesmo assim, precisa ser estimulada e aprimorada, principalmente entre os jovens, para que estes sejam multiplicadores de conhecimento junto ao seu povo. Diante disso, o Conselho indígena de Roraima (CIR) realizou uma série de oficinas com duas comunidades a fim de propor soluções para os problemas ambientais.
Segundo o coordenador do CIR, Mário Nicássio Wapixana, no contexto geral das terras indígenas, a discussão está a cerca do melhoramento das comunidades, oferecendo sugestões para melhor vivência.
"As questões ambientais fazem parte da nossa cultura, onde vivemos o coletivo e realizamos os trabalhos pesados e os de lazer. Para tanto, o tema ambiental vem se fortalecendo junto aos jovens, que buscam conhecimento fora das aldeias e depois voltam para executá-lo", destacou.
A proposta é transformar os jovens indígenas em multiplicadores no futuro, por isso realiza, desde junho do ano passado, ações que envolvem diversas questões ambientais destinadas ao Centro Maturuca, na Terra Indígena Raposa Serra do Sol, e na Terra indígena Jacamim, que foram encerradas na sexta-feira passada (10).
"O tema escolhido foi o meio ambiente devido à amplitude em que este assunto vem sendo discutido no mundo inteiro e também por ser fundamental dentro das comunidades", relatou o coordenador.
As oficinas têm como base a sensibilização ambiental entre indígenas e parceiros para a construção de um plano de gestão, que identifique as ameaças a terras indígenas, potencialidades, o que pode ser feito para o melhoramento, por meio da educação, manejo, aprimoramento de utilização de instrumento e destinação do lixo.
"Foram oferecidas oficinas de uso e manejo dos recursos naturais, controle territorial, quando foram identificadas as ameaças internas e externas, além de formação para gestão territorial e ambiental e, por fim, a de pactuação, onde foram implementadas várias ações para execução do plano", explicou Mário Wapixana.
O lixo foi um dos pontos fortes discutidos junto às comunidades, por ser hoje distinto aos dejetos antigos, pois a maioria destes atualmente é oriunda de produtos industrializados, por isso devem ter sua coleta e destinação adequados.
A coordenadora do Departamento Ambiental do CIR, Sineia do Vale Wapichana, comentou que a ação teve o intuito de estimular o envolvimento os jovens nas questões ambientais, transformando-os em multiplicadores. "Nossa ideia é incentivá-los na busca pelo conhecimento para que posteriormente eles venham trabalhar já com uma nova visão dentro da comunidade, garantindo assim um melhor aprimoramento das informações adquiridas com os mais antigos", destacou.
As oficinas foram idealizadas para proporcionar melhorias às comunidades, principalmente no que diz respeito à destinação correta do lixo, sendo este um dos problemas mais frequentes e que prejudica o meio ambiente. "Apesar de já terem o conhecimento, os indígenas precisam saber organizar as ideias e ações, e estas oficinas vieram fazer isso", complementou Sineia.
As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.