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Lideranças indígenas querem mais agilidade na solução do assassinato

Folha de Boa Vista-Boa Vista-RR
14 de Abr de 2003

Procurador Rômulo Conrado afirmou que tanto o MPF quanto a PF estão mpenhados para que o processo seja concluído.

A direção do Conselho Indígena de Roraima (CIR), lideranças indígenas e tuxauas da região da Serras - município de Uiramutã - se reuniram, na semana passada, com representantes do Ministério Público Federal (MPF), Polícia Federal (PF) e Fundação Nacional do Índio (Funai) para cobrar agilidade no processo que investiga a morte do índio Aldo da Silva Mota, ocorrido em Janeiro.

Os representantes indígenas também pediram punição para os assassinos de Aldo Mota para que o crime não passe a ser mais um registro na história de impunidade em relação aos casos de agressão contra os povos indígenas no Estado. A cobrança foi feita exatamente no dia que se completaram três meses que o corpo de Aldo Mota foi encontrado enterrado em cova rasa na fazenda Retiro, de propriedade do vereador Chico Tripa, em Uiramutã.

No encontro com os representantes do MPF, da Polícia Federal e da Funai os líderes indígenas ainda pediram a prisão dos executores e mandantes do índio macuxi e uma indenização para sua família, que se encontra desamparada, pois teve a casa queimada, assim como a retirada das famílias dos criminosos das terras indígenas Raposa/Serra do Sol.

Na abertura da reunião com as autoridades, o coordenador do CIR, Jacir José de Souza mostrou a atual situação em que se encontra a família de Aldo Mota, que está sem amparo e precisando urgentemente de ajuda. "São crianças que precisavam ainda do pai e agora estão desprotegida", observou Jacir Souza.

Tanto o diretor do CIR quanto as várias lideranças indígenas questionaram o delegado da Polícia Federal, Tiago Splettstoser Giadarotti, e os procuradores da República, Rômulo Moreira Conrado e Carlos Fernando Mazzoco, sobre quais os motivos da demora na conclusão do inquérito, enquanto os criminosos continuam soltos e impunes.

Em resposta aos questionamentos, o delegado Tiago Giadarotti disse o inquérito não está parado. Afirmou que faltam ser tomados alguns depoimentos e conseguidas as provas necessárias. Já o procurador Rômulo Conrado justificou que tanto o Ministério Público Federal quanto a Polícia Federal estão empenhados para que o processo seja concluído.

Disse, no entanto, que tudo vai depender da ação judicial, pois o juiz federal é quem deve decretar ou não a prisão dos acusados. As lideranças indígenas argumentaram que a falta de provas não seria o problema, já que o corpo foi encontrado na fazenda do vereador Chico Tripa e o laudo emitido pelo Instituto Médico Legal de Brasília comprovou que ele foi assassinado.

O procurador da República Carlos Fernando Mazzoco justificou que o MPF tem muitos processos para serem analisados e apenas dois procuradores fazem o acompanhamento. Isso, segundo ele, faz com que as ações sejam demoradas.

Carlos Fernando se comprometeu em não deixar de lado as causas indígenas.
Ainda sobre o assassinato de Aldo Mota, o administrador regional da Funai, Martinho Andrade sugeriu que o MPF e a Polícia Federal façam um trabalho de inteligência dentro da área onde o corpo de Aldo Mota foi enterrado numa cova rasa para que sejam encontradas as provas que possam ajudar a responsabilizar os culpados

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