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Líder religioso da comunidade quilombola teria sido agredido pela Polícia Militar

Circuito Mato Grosso http://circuitomt.com.br//index.php
Autor: Celestino Carlos
16 de Jul de 2018

Os moradores e visitantes da comunidade quilombola de Mata Cavalo, em Nossa Senhora do Livramento, a 50 km de Cuiabá, denunciam que passaram por humilhação e constrangimento por parte da Polícia Militar (PM) na madrugada de sábado (14). A PM teria visitado a comunidade durante a tradicional festa de São Benedito, realizada há 49 anos no local, e agredido o pai de santo Nezinho, de 60 anos. Segundo os denunciantes, eles também proibiram que os festejo continuassem.

Em entrevista ao Circuito Mato Grosso, o afilhando da vítima, Raul Lazaro, 35 anos, disse que os militares chegaram à comunidade alegando que não havia documentos de autorização para realizar o evento. Porém, o líder religioso apresentou documentos de autorização, o que foi recusado pela PM, que teria reagido com agressão. Os policiais teriam dado um tapa na cara e um soco no peito de Nezinho.

"A Polícia Militar chegou lá alegando que eles não tinham documento, mas eles estavam com todos os documentos e a polícia chegou agredindo o Nezinho, pai de santo e dono da festa. A PM deu um tapa na cara e um soco no peito, o nome do policial é cabo Bandeirantes", explicou Raul.

Um vídeo gravado por pessoas que estavam no local comprova que uma viatura da PM estava no local.

Ainda de acordo com a denúncia, o fato ocorreu por perseguição, houve preconceito racial e o pai de santo ficou totalmente humilhado pela agressões que sofreu.

"Foi preconceito, racismo e porque era festa de preto. Outra coisa foi o fato do pai de santo ser gay. Ele foi humilhando pelos policiais, e ficou totalmente humilhado", disse.

Nossa equipe tentou contato com o pai de Santo Nezinho para obter mais detalhes sobre o caso de agressão denunciado pelo afilhado. Porém o telefone da vítima estava fora de área.

O afilhado de Nezinho disse que a vítima ficou abalada e, com medo de ser perseguida, não foi realizar boletim de ocorrência contra os policiais.

Toda situação gerou prejuízos para o organizador, pois devido à agressão, os convidados que estavam na festa ficaram assustados e decidiram deixar o local e não participar do evento. Isso gerou prejuízos para a comunidade, pois toda comida que seria servida no festejo estragou e a bebida refrigerada não foi vendida.

O outro lado

O Circuito Mato Grosso entrou em contato com assessoria de imprensa da Polícia Militar de Mato Grosso para saber sobre o caso.

A instituição divulgou a seguinte nota:

Até o final da tarde desta segunda-feira(16.07) a Corregedoria da Polícia Militar não havia recebido nenhuma denúncia relacionada à comunidade de Mata Cavalo, em Nossa Senhora do Livramento.

O comando do 2oCR (Comando Regional), com sede em Várzea Grande, unidade responsável pelo policiamento na região, também desconhece, até o momento, que tenha ocorrido qualquer alteração ou excesso por parte dos policiais.

O 2o CR informa ainda que a documentação solicitada para a realização de festas onde há exibição de som e consumo de bebida alcoólica é uma exigência legal para qualquer região. Portanto, assim como na Comunidade Mata Cavalo, na mesma data os policiais fizeram solicitação similar em outras duas festas realizadas em comunidades da mesma região.

Todavia, a Corregedoria da PMMT informa que com base nas informações veiculadas na imprensa, expediu um pedido de providências, ou seja, um levantamento prévio, cujo resultado definirá o procedimento a ser instaurado e as medidas a serem adotadas.

http://circuitomt.com.br/editorias/policia/131766-lider-religioso-da-co…

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