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Leilões de linhas de transmissão de 2016 não atendem prazo necessário

FSP, Mercado, p. A16
08 de Jan de 2016

Leilões de linhas de transmissão de 2016 não atendem prazo necessário

MACHADO DA COSTA
DE BRASÍLIA

Nenhuma das linhas de transmissão de energia elétrica que serão licitadas neste ano deve entrar em operação no prazo considerado adequado para a segurança do abastecimento.
A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) deve leiloar, neste ano, quase 13 mil quilômetros de linhas, além de 35 subestações, ao custo de R$ 24 bilhões.
São obras necessárias para escoar energia de novas usinas, atender à futura expansão do consumo e aumentar os volumes de eletricidade que podem ser transacionados entre regiões do país.
Dificuldades para viabilizar os leilões, no entanto, levaram a agência a estabelecer prazos maiores, para atrair interessados. Em nenhum dos casos, o prazo estipulado pelo edital atende à necessidade estabelecida pelo ONS (Operador Nacional do Sistema, responsável por definir a necessidade de transmissão) e pela EPE (Empresa de Pesquisa Energética, que planeja as rotas para as linhas).
Conforme a Folha apurou, nos leilões previstos para este ano, há descasamento de prazo de até cinco anos.
Linhas e subestações menores que o ONS considerava necessários a partir deste mês ficarão prontas apenas em 2021, segundo o edital.
Em São Paulo, uma linha subterrânea de 30 km, no interior do Estado, deveria entrar em operação em março, mas será concluída em 2020.
Isso sem considerar eventuais atrasos e imprevistos nas obras. Segundo o mais recente relatório da Aneel, publicado em dezembro, mais de 60% das linhas em construção estão atrasadas -afetando o escoamento de grandes usinas na Amazônia, como Belo Monte, e o fornecimento durante a Olimpíada do Rio.
LICITAÇÃO
Para evitar um descasamento maior, a Aneel prevê vários leilões ao longo do ano, com um número maior de lotes e obras menores, de menor custo.
Originalmente, estavam previstos 26 lotes em um único certame, em março, mas empresas tradicionais do setor de transmissão, como as estatais estaduais Copel e Cemig, previam não disputar as licitações devido aos altos valores dos investimentos.
Apesar de a fragmentação dos lotes poder atrasar em até nove meses algumas das obras, ela foi tomada para que o maior número de linhas e subestações receba ofertas, evitando novas licitações para as mesmas obras.
"Com isso, haverá mais tempo para que empresas interessadas possam obter informações mais aprofundadas sobre os projetos e possam também buscar as condições operacionais e financeiras para participar dos certames", diz, em nota, o Ministério de Minas e Energia.

FSP, 08/01/2016, Mercado, p. A16

http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2016/01/1727136-leiloes-de-linhas-…

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