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Latifundiários formam milícias privadas para massacrar índios

PCO- http://www.pco.org.br
14 de Abr de 2014

No Mato Grosso do Sul os latifundiários estão tomando medidas extremas para massacrar os índios Guarani-Kaiowá, próximo a fronteira com o Paraguai. O latifúndio, com o apoio da justiça e do governo vem formando milícias para impedir a demarcação da Terra Indígena Iguatemipegua I. Estão sendo contratando pistoleiros e empresas de "segurança" para impedir ocupações de terra e intimidar as comunidades indígenas da região.

Seguindo o mesmo caminho na contratação de pistoleiros, o Sindicato Rural da cidade de Iguatemi contratou uma empresa particular para reforçar a segurança em toda área e dar suporte para latifundiários que possuem terras na região.

O proprietário da fazenda Cachoeira, Valdir Grapegia, responsável por diversos ataques contra comunidades indígenas, afirma que está gastando cerca de R$ 15 mil por mês com "segurança privada".

São 46 fazendas na região do conflito que estão formando suas milícias e contam com a cobertura dos pistoleiros registrados contratados pelo Sindicato Rural de Iguatemi.

Apoio do governo federal permite ofensiva do latifúndio

A segurança e apoio que os latifundiários estão recebendo dos governos federal e estadual e, consequentemente, das polícias é tão grande que os fazendeiros nem escondem a contratação de pistoleiros e formação de suas milícias para combater os índios.

Em 2013, latifundiários organizaram o chamado "leilão da resistência". O leilão foi realizado pela Federação de Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul (Famasul) e a Associação dos Criadores do Mato Grosso do Sul (Acrissul). Na época a Acrissul disse ter arrecadados em doações mais de 800 bovinos, além de animais de pequeno porte e grãos, com uma estimativa de arrecadação de mais R$ 3 milhões para financiar seus pistoleiros.

A impunidade e o apoio do governo ao latifúndio deixa esse setor a vontade para realizar suas ações e permite uma ofensiva contra o movimento indígena e a demarcação da Terra Indígena Iguatemipegua I e outras que estão sendo reivindicadas no Mato Grosso do Sul.

Autodefesa dos povos indígenas

A ofensiva da direita contra as organizações indígenas vem se aprofundando e atacando direitos dos povos indígenas conquistados com muita luta. A perseguição, o assassinato e a tortura no campo são parte da vida cotidiana dos indígenas.

Com todos esses ataques do latifúndio, a justiça e as forças de repressão do estado mostram para que servem, deixando impunes latifundiários assassinos e pistoleiros de suas ações para massacrar o movimento indígena.

O apoio dado pelo governo, justiça e polícia permite ao latifúndio tomar as medidas que acharem necessárias. Nesse momento o latifúndio quer fortalecer as milícias privadas para agir de maneira direta contra os indígenas com assassinatos, ameaças e despejos para exterminar os povos indígenas e acabar de vez com a luta pela demarcação das Terras Indígenas.

É preciso ficar claro aos indígenas e suas organizações de todo o país que diante da ofensiva dos latifundiários está colocada na ordem do dia a autodefesa dos povos indígenas. Os indígenas devem se armar para se defender dos ataques dos jagunços contratados pelos latifundiários para promover o massacre de seu povo e de sua família.

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