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Lançado projeto da fábrica de celulose

Folha de Boa Vista-Boa Vista-RR
Autor: REBECA LOPES
12 de Mar de 2003

Várias autoridades prestigiaram o evento de lançamento do projeto pela BrancoCel

O grupo de empresários responsável pela fábrica de celulose BrancoCel, a ser instalada em Roraima, fez o lançamento do projeto na tarde de ontem, no salão de festa do hotel Aipana Plaza. Prestigiaram o evento autoridades locais, entre governador Flamarion Portela (PSL), a prefeita de Boa Vista, Teresa Jucá (PSDB), deputados federais e estaduais.

A fábrica de celulose BCTMP (Celulose Termo Química Mecânica Branqueada) funcionará numa área situada logo após a Embrapa, na BR 174, Km 8, Distrito Industrial. A construção está prevista para iniciar em 2004, devendo ser concluída em meados de 2006.

Na solenidade, o vice-presidente da Brancocel, Israel Coslovsky entregou para o governador o Estudo de Impacto Ambiental e o Relatório de Impacto sobre o Meio Ambiente (EIA/Rima). O estudo vai estar disponível no Departamento do Meio Ambiente (Dema) para consulta e dúvidas da população. Em 90 dias será realizada uma audiência pública para discussão do estudo.

Os investimentos serão na ordem de US$ 330 milhões para o Estado, o que significa mais de R$ 1 bilhão, e criará cerca de cinco mil empregos diretos e indiretos.

Além dos plantios de acácia já realizados e que serão intensificados, recursos já foram investidos em pesquisas de técnicas florestais, testes industriais, pré-contrato de energia elétrica com a Companhia Roraimense de Energia Elétrica (criada exclusivamente para o empreendimento), contato e pré-contrato com fornecedores de tecnologia, equipamentos, suprimento de produtos químicos e insumos, no Brasil e exterior.

Ainda no mês de março serão concluídos os estudos e entendimentos sobre o financiamento do projeto, no qual todos os recursos são estrangeiros. As fases seguintes, segundo Coslovsky, são em 2003 plantar mais de 6 mil hectares, detalhamento da engenharia básica, escolha dos fornecedores de equipamento.

Para 2004, além da construção da subestação e infra-estrutura da fábrica com a adaptação da linha de transmissão, deverão ser plantados mais de mais 8 mil/ha, contratação de empresas de construção e montagem, além de contratação de pessoal. "Será contratada mão-de-obra altamente qualificada, semiqualificada (técnicos ou pessoal de nível médio) e pessoal não qualificado que serão treinados para as funções mais simples da fábrica".

DIVISÃO - Pelo projeto dividir-se em duas partes importantes, a florestal e industrial, Coslovsky afirmou que na parte florestal cerca de dois mil empregos serão contratados em Roraima, com alguns técnicos de pesquisa trazidos do Sul do país.

Na industrial será um pouco mais delicado, por não ter aqui operadores de máquinas de celulose. "O nosso plano é levar em média 20 engenheiros e técnicos roraimenses para treinar no Canadá. Esse grupo vai voltar a Roraima e treinar o restante do pessoal local", disse.

GOVERNADOR - Para o governador, a fábrica é um sonho com o desafio de ver o projeto ser implantado e a economia crescer através da exportação da produção que se destina ao mercado externo, gerando U$ 120 milhões de dólares/ano. Portela destacou a criação de empregos como um dos principais fatores positivos do processo tanto para o Estado com para o Brasil.

A parceria do governo com a empresa será a garantia do fornecimento de energia elétrica, originária do complexo venezuelano de Guri, e vendida a US$ 17,93. Nos dois primeiros anos serão consumidos 90 MW/h. "Isso será compensado com o dinamismo da economia e com a felicidade de ver milhares de famílias empregadas", frisou Portela.

DESTINO - O vice-presidente disse que toda a produção será exportada, gerando divisas para o Brasil na ordem de 120 milhões de dólares, sendo a Europa o principal mercado, destinados 80% da produção. O restante deverá ser dividido entre os Estados Unidos e Ásia.

As duas vias de escoamento serão através da Venezuela e Caracaraí saindo de balsa até o rio Amazonas para pegar os transatlânticos. Coslovsky ressalta que quando o projeto para a Guiana se materializar possivelmente será uma terceira via de escoamento.

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