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Klabin expande suas florestas

GM, Industria e Servicos, p.A1,A8
24 de Mar de 2005

Klabin expande suas florestas
Investimento vai alcançar R$ 50 milhões este ano, 60% acima de 2003. A Klabin está acelerando os investimentos em florestas. Neste ano, só com o plantio de árvores vai gastar R$ 50 milhões em áreas próprias e de terceiros. O valor é cerca de 60% maior do que o desembolsado em 2004, segundo o diretor de assuntos estratégicos, Reinoldo Poernbacher.
O objetivo da ação é garantir suprimento para futuras expansões da empresa, que trabalha principalmente com a celulose oriunda de pinus. Diferente do eucalipto, que pode ser cortado em sete anos para abastecer a indústria de celulose e papel, o pinus leva 14 anos para atingir ponto ideal de corte, explica Poernbacher.
Dos 20 mil hectares de plantio próprio que a empresa prevê para este ano, entre 5 mil e 6 mil serão de eucalipto. Cerca de 10 mil hectares vão repor os cortes e a outra metade será a expansão efetiva de área plantada. Em 2004, a ampliação foi de cerca de 5 mil hectares.
Para elevar o plantio próprio a empresa pretende arrendar terrenos nos estados de Santa Catarina, Paraná e São Paulo, nos quais já mantém áreas de reflorestamento. Além disso, a Klabin pretende fomentar outros 5 mil hectares, promovendo o plantio por terceiros, boa parte pequenos e médios produtores rurais que têm áreas disponíveis. Entre as ações de fomento está a doação de mudas, que deve chegar a 2 milhões de unidades este ano. Só em Santa Catarina serão 1,3 milhão de mudas.
A Klabin, maior exportadora de papel kraftliner (usado na produção de embalagens) do País, com cerca de 6% do comércio internacional, trabalha para aumentar as exportações também de papel cartão, de maior valor agregado.

Klabin expande suas florestas.
Segundo o diretor geral da Klabin, Miguel Sampol, o preço médio mundial da tonelada de papel-cartão nos nichos em que a empresa atua é de US$ 800, praticamente o dobro do kraftliner. A Klabin estuda investimentos de US$ 500 milhões para dobrar a capacidade de papel-cartão para 700 mil toneladas anuais.
Embora a exportação de celulose de eucalipto seja um dos principais itens da balança comercial do setor, a Klabin planeja aproveitar a estrutura que já mantém com a distribuição do kraftliner para avançar em outros segmentos. Poernbacher disse que o plantio atual não visa o projeto para dobrar a capacidade, que a empresa pretende concluir até 2007. O objetivo é atender novas expansões inclusive decorrentes dessa primeira expansão.
Reforço no fomento
A empresa conta atualmente com cerca de 186 mil hectares de áreas plantadas. A área de fomento soma cerca de 50 mil hectares com 10 mil fomentados. A Klabin trabalha para ampliar de 8% para 20% a participação do fomento no abastecimento de madeira. Neste ano, a área fomentada será de 5 mil hectares, mais de 20% maior do que os 4 mil hectares de 2004. A doação de mudas deve gerar cerca de 1,3 mil hectares. A área restante segue outras modalidades de fomento, como a venda de mudas pagas pelos produtores rurais em madeira e com a preferência para a Klabin na hora da venda.
Este ano a Klabin lançou um programa de fidelidade para os fomentados de Santa Catarina, no qual um dos objetivos é reduzir as altas de preço. Para cada 150 toneladas de madeira vendida à empresa, o produtor ganha mil mudas de pinus. A intenção é atrair o fomentado com mudas geneticamente melhoradas - portanto mais produtivas -, fazendo com que os mesmos dêem prioridade para a Klabin na hora da venda e não considerem apenas preço.A empresa também firmou parcerias com a prefeitura de Capão Alto (SC), a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), a Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) para promover o cultivo de florestas no município. Poernbacher informou que a empresa também terá área de plantio próprio no local. A Klabin vende também madeira para serrarias. Segundo o executivo, o Brasil é hoje reconhecido internacionalmente em produtos de madeira.

Receita deve subir 10%
Com base na estimativa de crescimento de 4% do Produto Interno Bruto brasileiro em 2005, a Klabin estima aumentar o seu volume de vendas em 3% no período, para 1,38 milhão de toneladas. Segundo o diretor financeiro de relações com investidores, Ronald Secklmann, a receita líquida da Klabin deve subir 10%, para R$ 3 bilhões neste ano.
Atualmente, a Klabin possui 30% da sua receita proveniente de exportações. Para o diretor geral da empresa, Miguel Sampol, em 2005 a empresa pretende crescer 6% em exportações, atingindo R$ R$ 860 milhões. Segundo ele, a estratégia da Klabin é obter 40% da receita com exportação em quatro anos. "Mesmo com o real valorizado, focaremos na exportação, pois é preciso manter a competitividade", disse em reunião da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec), em São Paulo.

GM, 24-27/03/2005, p. A1, A8

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