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Ká fãr conta os desafios dos indígenas na cidade

Encontro da Amazônia (Curitiba - PR) - www.encontroamazonia.com.br
13 de Abr de 2015

A mesa redonda promovida pelo Encontro da Amazônia, no dia 16 de abril, às 19h, receberá pesquisadores e estudiosos para discutir a trajetória das etnias indígenas na sociedade atual.

Nesse sentido vamos receber o estudante indígena da etnia Kaingang, Douglas Jacinto da Rosa, conhecido como Ká fãr, ou casca de árvore em sua língua, para compartilhar conosco experiências e alguns dos desafios enfrentados nessa interlocução permanente que é a vida em sua terra indígena no aldeamento Kaingang de Campo do Meio, Gentil, atual estado do Rio Grande do Sul, e sua vida na cidade e na à universidade.

Formando em Gestão Ambiental, pela Universidade Federal do Paraná Setor Litoral (UFPR-Litoral), Douglas faz parte do índice de índios que inseriram-se nas diferentes cidades brasileiras. "Ingressei em 2010 na UFPR, através do processo seletivo especifico vinculado ao Vestibular dos Povos Indígenas no Paraná e já no ano seguinte comecei a fazer parte do Comitê Gestor da Política afirmativa da universidade, representando as políticas afirmativas voltadas ao Plano de Metas de Inclusão Racial e Social", relatou o índio Kaingang. E completou: "o plano, em suas dimensões, visa ações voltadas ao ingresso e permanência de estudantes indígenas no ensino superior da universidade".

De lá pra cá, Douglas tenta gradativamente inserir pautas indígenas nos diferentes espaços de vivência acadêmica na UFPR. "Em 2015, entrou em vigor na UFPR a nova resolução da política afirmativa de ensino superior indígena, que contou com sua colaboração durante o processo avaliação e elaboração, que provocado pelo estudante indígena fomenta a dimensão da afirmação do indivíduo indígena na instituição, dando-lhe além da experiência acadêmica, a valorização cultural da identidade e da expressão cultural na UFPR".

Além de toda a militância dentro da universidade, Douglas atua fora dos muros da instituição. "Desde fevereiro de 2014 venho articulando relações com diferentes lideranças do Rio Grande do Sul, que possibilitou a realização do 'Primeiro Encontro de Aldeamentos em Campo do Meio', na tentativa de qualificar as pautas indígenas na relação com o Estado", explica. E, segundo Douglas, incentivou as lideranças para pensarem em planos de Gestão Ambiental e Territorial nas suas terras em diferentes contextos do Rio Grande do Sul, pensando projetos futuros de relação com as terras indígenas.

Douglas J. da Rosa traz na bagagem todos os anseios Kaingang e leva a reivindicação de sua etnia sobre a posse das terras tradicionais de sua comunidade. "Busquei situar a comunidade frente a importância histórica que simboliza essa reivindicação e a apontar os caminhos e tramites que acompanham o processo administrativo que envolvem a delimitação, demarcação e homologação de terras indígenas", comenta. Ainda segundo Douglas, "junto com as lideranças de Campo do Meio e a minha coordenadora de projetos, elaboramos o Plano de Gestão Socioambiental e Territorial de Campo do Meio, com intuito de orientar a lógica de ocupação, uso dos recursos, recuperação de áreas degradadas, modelos produtivos alternativos à monocultura de transgênicos entre outros eixos de ação para o futuro".

"Índio na cidade: desafios e oportunidades", vai reunir, além do indígena Kaingang Douglas/Ká Fãr, a Phd em antropologia e especialista em etnologia indígena, Vilma Chiara e a doutora em antropologia social, Ana Elisa de Castro Freitas. A mesa redonda será mediada pela jornalista e descendente indígena Sandra Terena.

Confira os registros do índio Ká fãr:

http://www.encontroamazonia.com.br/blog/c-conta-os-desafios-dos-indigen…

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