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Justiça realiza primeira audiência da morte de professor indígena após ter sido espancado em SC

G1 http://g1.globo.com/
09 de Abr de 2018

A Justiça realizou, na tarde desta segunda-feira (9), a primeira primeira audiência do processo do assassinato do professor indígena Marcondes Namblá. Duas testemunhas foram ouvidas, uma não compareceu e o acusado, o embalador Gilmar César de Lima, 23 anos, preferiu ficar em silêncio. Ele confessou o crime à polícia e está preso preventivamente em Blumenau.

O indígena morreu um dia depois de ter sido espancado em Penha, no Litoral Norte, em janeiro deste ano. A defesa do acusado quer que ele passe por uma avaliação mental, mas a Justiça negou. O advogado Jeremias Felski disse, entretanto, que vai insistir na realização dessa perícia.

A audiência ocorreu no Fórum de Balneário Piçarras. Lima foi denunciado pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) por homicídio qualificado (motivo fútil e sem chance de defesa da vítima). O réu, que foi preso 13 dias depois do assassinato, na casa da irmã em Gaspar, disse que espancou Marcondes porque o indígena mexeu com o cachorro dele.

Duas testemunhas haviam sido arroladas, mas uma não compareceu. As outras duas prestaram depoimento. Uma delas, o jardineiro Fabrício Ari Sagaz, contou que estava passando e que viu as agressões. Ele perguntou o porquê das pauladas e o agressor respondeu que o indígena mexeu com o cachorro. Contou ainda que após a resposta, o embalador saiu correndo.

O réu deverá ir a júri popular pelo assassinato.

O crime

Marcondes foi espancado durante a madrugada, enquanto caminhava pela avenida Eugênio Krause. As imagens de uma câmera de segurança registraram o momento em que ele é atacado a pauladas pelo embalador.

Depois de levar o primeiro golpe na cabeça, ele caiu e continuou sendo agredido. Conforme a denúncia, Lima deu aproximadamente 20 pauladas na vítima. O indígena foi encontrado horas depois e chegou a ser internado, mas morreu no dia 2 de janeiro.

Formado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Namblá era professor na aldeia Laklãno, em José Boiteux. Conforme a família, ele trabalhava em Penha para ganhar dinheiro extra com a venda de picolés.

https://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/justica-realiza-primeira…

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