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Justiça Federal apura denúncias

Correio do Estado-Campo Grande-MS
Autor: Antonio Viegas
08 de Ago de 2002

As denúncias de milícia armada entre os índios que ocupam parte da Fazenda Fronteira, no município de Antônio João, movimentaram ontem tanto o Ministério Público Federal quanto a Justiça Federal em Dourados. Os índios autores da denúncia e os índios acusados de praticar os crimes, juntamente com os proprietários das terras ocupadas por eles, iniciaram uma reunião às 16h no prédio onde funcionam as duas instituições. Até o fechamento desta edição, a reunião não havia terminado.
O encontro foi com o juiz federal José Denilson Branco e com os procuradores da República Ramiro Rockembach e Charles da Motta Pessoa. A audiência, que seria apenas um procedimento de praxe, acabou se transformando em alvo de denúncias. Este encontro já estava previsto e o objetivo principal era pôr fim ao conflito entre índios e produtores rurais.
Os índios que invadiram parte da Fazenda Fronteira, em 1999, a qual integra uma área de 9,5 mil hectares identificada como sendo terra indígena, querem um espaço maior até que o processo seja concluído.
No início desta semana acabou surgindo uma série de denúncias de um grupo de indígenas que residia na área invadida. Eles afirmam terem saído da área porque estavam sendo alvo de ameaças por parte da família do capitão Loretito Vilhalba, que lidera o grupo que reivindica as terras.
Os denunciantes, num total de 30 aproximadamente, estiveram, ontem, também tentando falar com o juiz José Denilson Branco, mas até o fechamento dessa edição não haviam sido atendidos.
Um deles, Daniel Nunes, que denunciou Augusto Vilhalba, filho do capitão de ter estuprado e matado sua filha Isadora Nunes, de 13 anos, apresentou uma foto da menina enforcada em uma corda. Ele clamava por justiça e queria falar com o juiz. Outro que também compareceu à frente da Justiça Federal foi Henrique Duarte. Ele portava a camiseta ainda manchada de sangue, de sua filha Mariana Duarte, que teria sido morta a golpes de faca por Adelo Vilhalba, irmão do capitão Loretito.

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