VOLTAR

Justiça condena Vale a reparar danos ambientais em território quilombola no Pará

O Globo oglobo.globo.com
15 de Jan de 2018

A Justiça Federal condenou a mineradora Vale a reparar danos ambientais que teriam sido causados por operações da empresa a um território quilombola em Moju, no nordeste do Pará, informou o Ministério Público Federal no Pará nesta segunda-feira.

Segundo os procuradores, uma linha de transmissão de energia e um mineroduto da Vale que transporta bauxita geraram danos como o assoreamento de rios e igarapés e o enfraquecimento do solo no território quilombola.

A decisão judicial estabeleceu também que a Vale deverá colocar em prática um projeto de geração de renda para as famílias atingidas, bem como pagar a elas uma compensação financeira de dois salários mínimos mensais até que a iniciativa esteja implementada.

O MPF disse em nota que ainda pretende recorrer para que até 788 famílias da região sejam beneficiadas pelas compensações, e não somente as já incluídas na sentença.

Procurada, a Vale informou que ainda não foi intimada da decisão e, por isso, não irá se manifestar.

MPF PEDE SUSPENSÃO DE DRAGAGEM EM SEPETIBA

Também nesta segunda-feira, o Ministério Público Federal (MPF) no Rio de Janeiro recomendou a suspensão de serviços de dragagem de manutenção em andamento em um terminal de minério de ferro da companhia em Sepetiba (RJ), após um vírus levar à morte de quase 200 botos-cinza na região.

Em comunicado, os procuradores disseram que pediram a suspensão imediata das atividades à Companhia Portuária Baía de Sepetiba (CPBS), subsidiária da Vale que opera o terminal, e ao órgão ambiental local, o Instituto Estadual do Ambiente (Inea).

O MPF disse que já no final de novembro foi registrado um surto do vírus "morbilivírus" na região, que compromete a imunidade dos botos, e que o ruído produzido pela dragagem pode estressar os animais e aumentar a suscetibilidade deles às toxinas presentes no local.

O órgão disse que o risco aos animais decorre do uso da baía de Sepetiba por indústrias ao longo de décadas como destino final de efluentes líquidos e sólidos ricos em metais pesados, principalmente cádmio, zinco e cromo.

Um parecer de um laboratório especializado da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) citado pelo MPF afirmou que a única forma de recuperar a população de botos na região é o desenvolvimento por eles de uma imunidade ao vírus.

O MPF afirmou que o órgão ambiental e CPBS têm prazo de 72 horas para responder se cumprirão a determinação de modo espontâneo.

O terminal de Itaguaí, no Porto de Sepetiba, é utilizado pela Vale para movimentar minério de ferro, segundo informações do site da companhia.

https://oglobo.globo.com/economia/justica-condena-vale-reparar-danos-am…

As notícias aqui publicadas são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.