Gazeta de Cuiabá
19 de Jul de 2006
O relatório da expedição de reconhecimento do Parque Juruena, criado em 5 de junho e que abrange parte de Mato Grosso e do Amazonas, subsidiará campanha internacional para angariar recursos em favor da implantação imediata de mecanismos de proteção da área, que conserva quase 2 milhões de hectares de floresta amazônica em pé. A expedição confirmou que a área verde é uma das mais importantes do mundo.
Uma equipe de 30 pessoas, que viveu a aventura de desbravar a região por 20 dias, de 13 de junho a 2 de julho, encontrou o que já era esperado. Incrível mosaico vegetacional, formado a maior parte por floresta, mas também diversos tipos de cerrado. Um espetáculo cênico de saltos, cachoeiras e corredeiras. Animais exóticos, como a arisca jaguatirica e o encantador boto cor-de-rosa. "Alguns chegaram a ser fotografados, o que é muito difícil. Também visualizamos rastros e vestígios, indicando que são muitos", relata o geógrafo mestre em Ecologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Gustavo Irgang, coordenador de Programas de Ecologia e Conservação da Organização Não Governamental Instituto Centro de Vida (ICV).
O ICV é uma das entidades integrantes da iniciativa, liderada pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A WWF do Brasil e Alemanha (cuja marca é o ursinho panda), a Secretaria de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas e a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) também participaram do levantamento.
A notícia boa, além da verificação de que esta se trata de uma das áreas verdes mais importantes do mundo e que a proteção dela formará uma barreira à frente de desmatamento que vem da região Sul e Sudeste do Brasil, é que na região há poucos habitantes, sendo quase todos filhos de índios e seringueiros. A única cidade - Vila da Barra - que poderia estar dentro da área protegida encontra-se à margem dela. Situações como estas apontam para uma conjuntura favorável à proteção do parque.
Se antes havia alguma resistência nas comunidades locais, isso mudou. A área protegida invade território de Apiacás, Nova Bandeirantes e Cotriguaçu, em Mato Grosso, e Apuí e Maués, no Amazonas. Prefeitos dos cinco municípios agora pleiteiam a sede do parque.
Uma equipe de TV alemã e outra brasileira registraram a experiência expedicionária.
Realizando vários vôos, um helicóptero levou até o meio do mato a equipe, que seguiu de barco, percorrendo a amostragem de 1,5 mil quilômetros, atravessando a área de ponta a ponta.
No percurso, previram grande potencial turístico, capaz de agradar desde famílias a adeptos de esportes radicais.
Local: Cuiabá - MT
Fonte: Gazeta de Cuiabá
Link: http://www.gazetadigital.com.br/
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