Jucá afirma que demarcação é de responsabilidade do Estado

Romero Jucá continuará apoiando o candidato petebista

O senador Romero Jucá (PSDB), reeleito para o Senado Federal com 30,8% dos votos, disse ontem que essa vitória é o reconhecimento do trabalho que desenvolve em Brasília. Na entrevista à Folha, ainda falou sobre assuntos emergentes no Estado e no cenário nacional como a demarcação das áreas indígenas e a negociação da Alca (Área de Livre Comércio da América).
Ele defende as duas principais formas de demarcação das áreas indígenas que são pleiteadas no Estado: contínua e em ilhas. No entendimento dele, é possível realizar os dois modelos sem prejudicar índios e não-índios.
"Acho que pode se chegar a um entendimento que se contemple as duas formas sem quebrar a continuidade do território indígena", disse, ao lembrar que essa questão está ligada ao problema fundiário do Estado e o governo precisa sentar à mesa com as comunidades para resolver o problema.
Para ele, a solução para demarcar as áreas é de responsabilidade do governo. "O Governo do Estado tem que se pronunciar. Não são os senadores e deputados que vão resolver isso. Podemos dar apoio em Brasília e colocar o nosso peso político, mas a negociação tem que ser conduzida pelo governo que é quem tem legitimidade, estrutura e pessoal", justificou.
Na opinião dele, a demarcação não pode ser feita sem discutir o problema com as comunidades indígenas. "Não adianta fazer a demarcação na marra porque ela acontecerá no papel, mas na prática vai gerar um conflito e não uma solução", reforçou.
"A questão hoje não é só definir a região da Raposa e Serra do Sol. Tem que se resolver tudo porque os empresários receiam investir, comprar terra para que depois sejam declaradas indígenas", disse, ao ressaltar ser preciso definir, de uma vez todas as terras indígenas de Roraima.
"Quando encerrar esse processo é possível se pegar o que sobrou [das terras não demarcadas] e fazer um trabalho de produção mais forte, inclusive junto das comunidades indígenas", reforçou.