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Jogos resgatam cultura indígena

Diário Catarinense-Florianópolis-SC
Autor: DARCI DEBONA
22 de Nov de 2001

Competição, que reúne cerca de 500 índios de 11 aldeias do Sul, contribui para a integração

A 2ª edição dos Jogos da Juventude Indígena iniciou ontem e prossegue até domingo na Aldeia Xapecó, em Ipuaçu, Oeste do Estado. Cerca de 500 atletas até 25 anos de 11 aldeias do Sul do país disputam 12 modalidades, como arco e flecha, zarabatana, corrida de tora, cabo-de-guerra e futebol.
Segundo o professor Kaingang da aldeia Cacique Vanhkre, em Ipuaçu, Daniel Alípio, os jogos resgatam tradições da cultura indígena como a corrida de tora, que estava se perdendo. A competição consiste numa corrida de 200 metros carregando uma tora de coqueiro ou angico, pesando 60 quilos. Cada equipe pode utilizar até cinco atletas.
A zarabatana consiste numa vareta com penas sopradas numa taquara e que era utilizada para avisar os madeireiros e outros viajantes da presença indígena. Caso os viajantes não respeitassem o aviso, os índios usavam o arco e a flecha.
Entre os favoritos do arco e flecha estão os Xokleng de Ibirama, que no ano passado foram campeões no feminino e vice no masculino. O técnico e professor José Cuzugn Nedile espera vencer também neste ano. De acordo com ele, é necessário boa mira e saber o ponto certo de esticar o arco. Um de seus alunos, Sander da Silva, vai disputar a natação e o futebol. Ele considera que a competição vai ser difícil.
O líder dos indígenas na região Sul e cacique da aldeia Xapecó, Orides Belino, disse que os jogos integram os vários povos indígenas que ao longo dos anos se distanciaram.

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