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Jogos indígenas têm dia de provas de força física

Radiobrás
Autor: Isabela Vieira
27 de Nov de 2007

Olinda (PE) - No segundo dia de competição dos Jogos dos Povos Indígenas, as provas são de força física. Ontem, na arena da praia do Bairro Novo foram realizadas as provas de arremesso de lança e cabo de guerra.

Antes das disputas todos os atletas receberam um sachê de mel. Segundo a organização, o alimento serve para "dar mais energia".

No arremesso, vence quem jogar a vara mais longe. As lanças utilizadas são feitas de madeira e enfeitadas com penas de gavião, de acordo com a tradição dos índios terena, que também são favoritos da prova.

No cabo de guerra, uma corda de mais de 30 metros de cumprimento e duas polegadas será disputada por 10 atletas em cada ponta. São favoritos os Bakairi (Mato Grosso).

Da Bahia, o índio pataxó Raoni disse que a lança já foi uma tradição de caça em sua aldeia, mas atualmente é usada para o esporte. "Tentamos agora chamar os nossos velhos e nossos jovens para ensinar sobre essa tradição que é um esporte para nós".

Apesar de a lança ser fornecida pela comissão organizadora dos jogos, Raoni revela como faz a sua, com material retirado de uma palmeira chamada de upati. "Deixamos a planta amadurecer e retiramos um pedaço, do qual é feita a lança. É um trabalho manual".

A etnia Pankararu também não tem mais o costume de usar a lança. O atleta Waldervam diz que seu povo aprendeu sobre o esporte "observando os outros". Antes de entrar na arena, ele se reuniu com outros índios Pankararu para apreciar campio, um espécie de cachimbo. "O fumo deixa a gente mais acordado", destaca o jovem.

A prova do cabo de guerra começou à noite e teve a participação de 20 etnias na modalidade masculina e de 15 na prova feminina, 15. Esse foi o primeiro esporte na arena do qual participaram mulheres. As comemorações em cada vitória iam desde os abraços até gritos de guerra de algumas etnias.

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