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Jalapão, regionalidade em evidência

O Girassol http://www.ogirassol.com.br/
Autor: Rafael Rápres
12 de Ago de 2018

Um paraíso ecológico na porção leste do estado de Tocantins tornou-se roteiro turístico para brasileiros e estrangeiros, reconhecido como Parque Estadual do Jalapão que fica distante da capital Palmas aproximadamente trezentos e cinco quilômetros; os seus portais de acesso são as cidades de Ponte Alto do Tocantins e São Felix do Tocantins.

Pontua-se que as atrações principais estão nos arredores da cidade de Mateiros, que inclui em sua área fervedouros, complexo natural do Córrego Formiga e trilhas de acesso a Serra do Espírito Santo.

Recentemente telenovela e reality show foram gravados no parque, e a divulgação agora é global. Deste modo o Jalapão só tem a ganhar, em pouco tempo virou um dos assuntos mais procurados em sites e blogs dedicados ao turismo.

É natural que as belezas únicas do local venha encantando os amantes de turismo de parques naturais. O fruto desta procura, faz o um número crescente de investidores registrados pelo Ministério do Turismo a direcionar serviços de agentes de viagens, e profissionais de ecoturismo para o polo.

Uma se destaca por mostrar alternativa a tantos pacotes turísticos, a "Rota Nativa" da microempreendedora moradora do Quilombo Mumbuca Ilana Ribeiro, além de seus parceiros de empreitada Fernando Rodrigues e Míria Ribeiro com a iniciativa do turismo de base comunitária.

Todo projeto é direcionado a comunidade Quilombola Mumbuca, que produz artesanato com capim dourado, e fomenta a base de agricultura familiar na microrregião, proporcionando vivências aos turistas e mostrando suas rotinas e costumes.

E sobre isso, vamos conversar com Fernando Rodrigues, um dos autores no planejamento e execução de turismo de base comunitária no Mumbuca.

Rapres: O que levou a implementação do turismo de base comunitária para a região do Jalapão?
Toda a ideia de turismo para base comunitária surgiu após uma visita ao Parque Estadual do Jalapão no inicio de 2012, tive o prazer de conhecer Ilana e sua irmã Míria e seus familiares na comunidade quilombola Mumbuca. Tivemos muitas conversas, e como seria interessante ajudar a comunidade de outras formas, pois o turista sempre vai a região para ver belezas naturais, mas pouco se sabe dos aspectos sociais da região, e visando isso ainda em 2015 começamos a mapear e estudar no que poderíamos ajudar, e começamos a colocar o projeto em mãos.

Rapres: Quais as dificuldades encontradas para pôr em ação o projeto?
Fernando Rodrigues: Em primeiro momento, foi explicar como os habitantes poderiam ganhar e compartilhar seus costumes, visto que é uma cultura ainda fechada e não queríamos modificar pensamentos ou modo de vida, e sim mostrar aos visitantes a simplicidade. O pontapé foi catalogar as produções locais como o manuseio do capim dourado para artesanato, a gastronomia com frutas típicas da região além de eventos que ocasionalmente acontecem e os visitantes não tinham noção deste mundo a parte o que pode gerar rentabilidade monetária. Após isto fomos nos tramites burocráticos com abertura da empresa na junta do ministério do turismo, e só posteriormente começamos a trabalhar.

Rapres: Por que da escolha do nome "Rota Nativa"?
Fernando Rodrigues: Como responde na pergunta anterior, uma das razões seria os costumes locais, e um dos mais comuns eram as rotas nativas, que interligavam os moradores em trilhas com variadas distancias. Estas rotas eram frequentemente utilizadas para troca de produção, ou seja, famílias trocavam por exemplo farinha de mandioca por arroz, entre outros produtos agrícolas, e algumas destas rotas são acessíveis até hoje. Uma delas está em nosso roteiro nas proximidades do Córrego Formiga.

Rapres: Como tem sido o feedback dos turistas, em relação ao projeto?
Fernando Rodrigues: Os turistas estão gostando muito, tivemos muitos jovens vindo do estado de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e uma massiva de brasilienses. Muitos vem com senso de ajudar, com doação de roupas, compram artesanatos e acham espetacular as apresentações que são feitos com artistas do quilombo com viola de feita com talos da palmeira do buriti. Além do clima interiorano numa esfera que tão pouco vivenciaram, sendo assim tem sido bastante positivo.

Rapres: Existe possibilidade para ampliar o projeto em outros locais no estado do Tocantins?
Fernando Rodrigues: Sim, existe...mas ainda são planos e precisaríamos mudar alguns documentos para explorar outros locais. Temos em mente a região da Serra Gerais, com potencial interessante.

http://www.ogirassol.com.br/viver/jalapao-regionalidade-em-evidencia

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