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Irresistível programa de índio em Paris

CCPY-Boa Vista-RR e O Globo-Rio de Janeiro-RJ
Autor: Glauce Cavalcanti
05 de Abr de 2003

Os ianomâmis estão de visita a Paris. É que a mais importante sociedade indígena da Amazônia é tema da exposição "Yanomami, l'esprit de la forêt", que reúne trabalhos de artistas que visitara a vila de Watoriki, entre outros, e que pode ser vista na Fundação Cartier, até 12 de outubro.

Talvez pelo isolamento, os ianomâmis têm suas tradições preservadas ainda nos dias de hoje, sendo o xamanismo o pilar central de sua cultura. Parece distante? Recentemente, nossos mundos se cruzaram, quando cinco artistas internacionais se encontraram com xamãs na aldeia Watoriki, na Amazônia. É o resultado deste encontro que deu origem à exposição, uma oportunidade de conhecer sob outro prisma a cultura desses índios.

O próprio nome da exposição, "Yanomami, l'esprit de la forêt" (Ianomâmi, o espírito da floresta), revela o objeto de estudo dos artistas que tiveram a oportunidade de passar uma temporada em Watoriki, e de outros oito que também têm trabalhos na mostra.

A idéia da exposição é a de ampliar a imagem que se tem dos ianomâmis, mas desapegada das lendas indígenas, de olhares paternalistas, de exotismo. Então não espere encontrar uma mostra repleta de cocares, arte sincrética ou ameríndia. Os trabalhos expostos foram elaborados utilizando os mais diversos suportes e mídias, de fotografias a vídeo-instalações.

O ponto-chave das obras é a experiência visionária dos xamãs ianomâmis, que atraem e dançam imagens de seres de origem mitológica. Eles realizam trabalhos de cura, exorcismo e proteção, entre outros.

Vivem na Amazônia, dos dois lados da fronteira entre Brasil e Venezuela. Segundo dados da Funasa, há 12.500 deles em território nacional, contando com um território de 96.600 quilômetros quadrados.

Os trabalhos em Watoriki, "a montanha do vento", foram possíveis graças ao antropólogo francês Bruce Albert e a Davi Kopenawa, xamã e porta-voz dos ianomâmis no Brasil.

Assim, Adriana Varejão, Raymond Depardon, Stephen Vitiello, Gary Hill e Wolfgang Staehle estiveram na aldeia. Os resultados são os mais diversos. Outros participantes da mostra são Claudia Andujar, Volkmar Ziegler, Lothar Baumgarten, Tony Oursler e Vincent Beaurin.

A exposição é organizada pela Fondation Cartier pour l'Art Contemporain, em colaboração com o Survival International France e a Ong brasileira Pró-Yanomami

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