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Irmã nega envolvimento da família na morte da índia Jaiya

Correio Braziliense - www.correiobraziliense.com.br
09 de Jul de 2008

Em depoimento prestado nesta quarta-feira (09/07), a irmã de Jaiya Pewewiio Xavante negou qualquer envolvimento da família na morte brutal da índia de 16 anos, no dia 25 de junho. Lígia Xavante, 27 anos, também afirmou que seria uma atitude contrária à cultura Xavante exterminar pessoas com deficiências físicas e mentais. Lígia depôs durante duas horas na 2ª Delegacia de Polícia (Asa Norte).

Lígia disse ainda que a hipótese da cuidadora da menina (Maria Imaculada, irmã da mãe e também casada com o pai de Jaiya) ter assassinado a índia por ciúmes é impossível. "Se fosse minha tia, por que eu a encobriria já que Jaiya é minha irmã?", questionou.

Para ela, a negligência e demora após a irmã ter se queixado das dores abdominais foram as principais causas da morte da índia. Jaiya começou a reclamar às 3h do dia 25 de junho, mas só foi levada ao hospital às 9h. "Não houve assassinato ou estupro. Cadê as provas da perfuração?", indaga.

Sobre o fato de a tia e a mãe da vítima terem deixado a cidade no dia em que souberam da morte da garota, ela defendeu. Para Lígia foi uma atitude natural. Elas não "fugiram". Lígia disse, também, que o povo da aldeia está de luto. "Estamos revoltados porque a imagem do povo xavante está ficando suja".

O ouvidor nacional da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Firmino Fecchio, acompanhou o depoimento. "Não tivemos acesso a nenhum laudo até agora. Temos que ir com calma, pois é um caso bastante complexo. Mas estamos satisfeitos porque a polícia vai ouvir especialistas da cultura xavante", disse Fecchio.

O delegado-chefe da 2ª DP, Antônio Romeiro, não quis falar com a imprensa devido ao acordo firmado entre as polícias Federal e Civil. O pronunciamento só será feito após o fim do inquérito, até o fim do mês.

Maria Imaculada
Maria Imaculada, tia da menina, foi ouvida nesta terça-feira (08/07). Durante duas horas, ela negou envolvimento no crime e detalhou as horas que precederam o fato.

Carmelita Xavante, mãe da jovem, foi a primeira a prestar depoimento. Nesta segunda-feira (07/07), ela entregou aos investigadores uma carta insinuando que Jaiya teria sofrido violência a no Hospital Universitário de Brasília (HUB), onde ela morreu. A polícia não descarta o fato da barbárie ter acontecido na Casa de Apoio à Saúde Indígena (Casai).

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